O que houve em Campina?
Uma pergunta deve provocar inquietação a coordenação de campanha do governador José Maranhão (PMDB). O que aconteceu em Campina Grande no último dia 3?
Uma derrota com mais de 60 mil votos de maioria pró Ricardo Coutinho (PSB) gerou uma série de reações e questionamentos no seio maranhista.
Os mesmos questionamentos devem também incomodar o grupo do prefeito Veneziano Vital do Rêgo.
O resultado de Campina Grande por pouco não impôs uma derrota à Maranhão já no primeiro turno.
A tendência de João Pessoa votar em massa com Ricardo era até compreensível e admitida, mas derrota superior a da capital em Campina Grande não estava nos cálculos do PMDB.
Na Rainha da Borborema, imaginava-se que a força de Veneziano e Vitalzinho pudesse conter os apelos de Cássio Cunha Lima em favor de Ricardo.
Há quem justifique que por uma questão natural os irmão estavam empenhados na eleição para o Senado e Câmara Federal, objetivos primários da campanha. Por isso, houve uma brecha para o crescimento do candidato do PSB. É uma possibilidade plausível, até porque mesma situação se verificou em Patos, Cajazeiras e Guarabira, onde os aliados do governador também se empenharam em candidaturas locais.
Mas talvez esse argumento não tenha tanta força assim. Simplesmente porque Cássio Cunha Lima também era candidato a senador. E o pior: enfrentando a turbulência da dúvida e do holofote implacável da imprensa paraibana e nacional.
Mesmo no olho do furação e fragilizado, Cássio teve contribuição direta nas votações de Ricardo Coutinho e Efraim Morais (DEM), que venceu na cidade.
É difícil encontrar uma explicação para Efraim Morais ter vencido Vitalzinho em Campina Grande, terra natal e berço político do deputado federal, que não seja o prestígio de Cássio perante os campineses.
Veneziano sabe que precisa dedicar agora no segundo turno total atenção a votação na cidade. A vitória de Maranhão é decisiva para o futuro político do filho de Vital do Rêgo.
Com o "mago no caminho, o "cabeludo" pode encontrar uma tesoura afiada pelo caminho. Risco que deve impulsionar ainda mais Vené a mostrar serviço na cidade.
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