O que muda no PT?
Pelos movimentos de bastidores, conquista da Prefeitura de João Pessoa, euforia pós-eleição de 2012 e necessidade de auto-afirmação no xadrez político eleitoral paraibano, o PT da Paraíba caminhava na direção de uma candidatura própria e consistente ao Governo, amparada por outros partidos, a exemplo do PSC e PP.
Com a caneta da Prefeitura, a estrutura partidária, a simbologia de Lula, a presidência da República e uma militância aguerrida, ao PT só faltava um nome com perfil e perspectiva eleitoral. E este, até semana passada, atendia por Luciano Agra, que frustrou a expectativa petista e decidiu se converter à ecologia do PEN.
Agora, o PT precisa trabalhar com outra realidade. Sem Agra, os petistas ficarão entre duas hipóteses mais viáveis para 2014: optar pela coligação com o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital, em troca de uma vaga na chapa para senador ou sonhar com a remota chance do ministro Aguinaldo Ribeiro topar disputar o Governo.
Embora haja tempo, construir uma candidatura ao governo não é tão simples. Não é coisa que se fabrique com fórmulas mágicas. E a preço de hoje o PT não tem nos seus quadros nenhuma opção com indicativos de viabilidade para o enfrentamento de uma eleição para governador.
Entretanto, petistas taludos entendem que uma candidatura própria só precisa apresentar bom desempenho na região metropolitana de João Pessoa. Nessa ótica, já seria capital político suficiente para fortalecimento de uma disputa ao Governo em 2018, caminho que o prefeito Luciano Cartaxo pretende trilhar. A verdade de agora é que sem Agra o PT deve repensar o novo quadro. Até porque o saldo de 2014 terá muito peso na reeleição em 2016.
Trio– Raoni Mendes (PDT), Bruno Farias (PPS) e Bira Pereira (PSB), os três vereadores mais votados da Capital, participaram da reunião secreta, num hotel da orla, em que Agra ouviu aliados antes de decidir sua filiação ao PEN.
Opiniões– Dos três, somente Bira advogou com unhas e dentes a filiação ao PT. Raoni e Bruno Farias discordaram e deixaram bem claro que acompanhariam o ex-socialista em qualquer decisão. Agra não ouviu o mesmo de Bira.
Um discurso e muitos recados– Não será surpresa se no discurso de hoje, no Hotel Ouro Branco, ao assinar ficha de filiação ao PEN, Agra mandar esses recado: queria uma legenda que lhe oferecesse autonomia (ao contrário do PT), que não poderia correr riscos de ter sua voz tolhida “novamente” (referência ao PSB) e que não se curva a vontades ditatoriais (cutucada em Ricardo Coutinho).
Sondagem– Pré-candidato ao Governo pelo PMDB, Veneziano Vital tem em mãos uma pesquisa ampla, tipo radiografia, sobre aspectos qualitativos e quantitativos para 2014. O trabalho foi encomendado a um instituto mineiro.
Circulando– Pelos dados que a Coluna teve acesso, o peemedebista seria conhecido somente por 48% da população paraibana. De acordo com os números coletados, 92% dos entrevistados conhecem o governador Ricardo.
Propagação– A pesquisa revela que Veneziano só é melhor conhecido nos grandes centros. A série de seminários regionais, intitulada Pensando a Paraíba, é uma das estratégias para difusão da imagem no raio dos pequenos municípios.
Raio-x– O instituto captou até as impressões acerca da personalidade do governador e a percepção sobre o governo. Houve melhora na avaliação da gestão, o que o núcleo de Vené atribui aos efeitos das campanhas na mídia.
Abrangência– A pesquisa, segundo fontes da Coluna, é abrangente e entrevistou cinco mil pessoas em todas as regiões do Estado. Ela servirá de subsídio para operação das estratégias políticas e de marketing do ex-prefeito do PMDB.
Educação digital– Pelos cálculos da secretaria de Educação, o Governo já distribuiu 4.600 notebooks com professores da rede estadual. Foram R$ 3,2 milhões investidos. Hoje, às 10h, Ricardo entrega mais 700 computadores no Sesquicentenário.
Sequência– Vinte e sete instituições se acostam hoje à Prefeitura de João Pessoa, Caixa Econômica e BID nas discussões do projeto Cidades Emergentes e Sustentáveis. A reunião será realizada durante todo o dia na Estação Cabo Branco.
Contestação– O secretário Efraim Morais (DEM) repeliu o prefeito de Emas, Segundo Madruga, segundo o qual o Governo cortou o programa de carro-pipa em retaliação a não adesão ao projeto de reeleição do governador Ricardo.
Regularidade– De acordo com Efraim Morais, “o município de Emas é contemplado com o abastecimento d’água por carros-pipa desde o início do programa com a disponibilidade de três carros no valor inicial de R$ 45 mil”.
Inadimplência– Atualmente, diz Efraim, a “Prefeitura de Emas se encontra inadimplente com a Secretaria pela não prestação de contas da última parcela do convênio vigente”. Segundo Morais, o prefeito de Emas geme à toa.
PINGO QUENTE–“Ele vem sem questiúnculas, sem essas besteiras”. Do ex-deputado Enivaldo Ribeiro (PP) sobre a postura política adotada pelo filho, o ministro Aguinaldo Ribeiro (PP).
*Reprodução do Jornal Correio da Paráiba, dia 10/06/2013.
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