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Radomécio Leite

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O silêncio dos vencidos

13/01/2012 às 02h22

Na opinião de Francisco Sales Cartaxo (Frassales), externada através deste jornal, Cajazeiras precisa gritar. Também concordo com Frassales, mas infelizmente, emudecemos, estamos calados, silenciados. Estamos vencidos.

Ultimamente perdemos a competência e a capacidade de cobrar com mais veemência as obras estruturantes que tanto necessitamos para a construção de uma sociedade menos penalizada e sofrida.

Hoje, no plano municipal, vivemos das migalhas da Bolsa Família (são mais de oito mil benefícios), e aí de nós se não fossem os programas sociais federais e de outros repasses constitucionais, que não dão sequer para honrar a folha de pagamento dos funcionários municipais, que vivem sobressaltados sem saber qual o dia que vai receber pelo trabalho prestado.

Não vejo um programa arrojado para melhorar a educação básica e da erradicação do analfabetismo e muito menos um plano consistente, crescente e continuo na área de saúde. Ainda convivemos com doenças como a tuberculose, somos campeões em hanseníase, o calazar se alastra pelos bairros, a dengue é uma ameaça constante.

Infelizmente a mentalidade atual dos nossos gestores é voltada para um único programa: construir praças e calçar ruas e o que se tem gasto em festas com contratações de bandas e com o pipocar de fogos de artifícios nos céus da cidade seriam suficientes para dotar os postos de saúde com mais medicamentos, contratarem novos médicos, construir creches, implantar o programa de energia Tarifa Verde para ampliar a produção de alimentos e outras infinidades de ações que poderiam dar uma qualidade de vida a todos os cajazeirenses. A prioridade é “Pão e circo para o povo”.

Estamos vendo o “cavalo passar selado”, todos os dias nos limites do nosso município. Desde o ano de 2010 que não recebemos verbas federais novas oriundas de emendas parlamentares, porque estamos inadimplentes junto a Fazenda Nacional, o que seria o equivalente ao cidadão ter o seu nome no Serasa. Que vergonha. Parece que ultimamente estamos “brincando” de fazer administração pública, sem se levar nada a sério nesta área.

Quem vem “salvando” o município é a classe empresarial, que através do comércio, que é a grande vocação da cidade, associado aos avanços do setor educacional do Ensino de 3º Grau, tem feito a diferença. O resto é foguetão e festa.

Nesta quinta-feira passada tivemos o prazer de receber em nossa cidade o Senador Vital Filho, que em entrevista coletiva, elencou uma série de emendas, que poderá injetar num futuro próximo, dinheiro novo para a construção de obras necessárias para que o município saia da mesmice e estamos torcendo que o município possa realmente ter retirado o seu nome da relação dos inadimplentes da Receita Federal e este dinheiro novo possa chegar aos cofres do município.

Um fato nos preocupa muito neste instante: as eleições municipais, que sem dúvidas vão perturbar toda estrutura administrativa municipal e determinadas ações vão ser feitas em função da conquista do voto.

O escritor Erico Veríssimo escreveu: “enquanto uns constroem moinhos de ventos outros constroem barreiras, quando chegam os ventos das mudanças”. Cajazeiras precisa destruir as barreiras que impedem as mudanças e sair definitivamente deste triste cenário de comodismo e acordar deste incomodo silêncio de cidade vencida.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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