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Gildemar Pontes

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Por uma alma estética

07/05/2019 às 16h05

Coluna de Francisco Inácio Pita

Todos os esforços para implementar um parâmetro crítico sobre a obra literária esbarra sempre na vinculação desta a uma corrente filosófica ou científica, estrangeira, que ora tende para a subjetivação, distanciando-a do texto, ora para sua oclusão, como se fosse um corpo fechado, sem ligações contextuais. Tanto uma corrente quanto outra não dão conta do objeto artístico em si, criando distância entre a crítica e o púbico leitor, visto que a crítica pouco influencia na reação do público.

A literatura brasileira não pode ser rebocada por convenções externas nem por ausência de um estatuto que afirma a sua particularidade. Essa particularidade está em Alencar, Lima Barreto, Oswald de Andrade, Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Patativa do Assaré, Manoel de Barros, Thiago de Melo, Mário Quintana, Leandro Gomes de Barros, dentre tantos, espalhado pelo Brasil e com uma dicção própria, externando o sentimento e a alma de um povo. Com toda reverência a Dostoievski, Balzac e Machado, eu quero dizer outras coisas. Falar outras vozes. Passar da leitura ao divertimento da descoberta, sem me amarrar a teorias segmentadas e ovacionadas por papagaios e camaleões, apesar de admirar suas capacidades miméticas.

Quero ser o Aristóteles de mim mesmo. O terapeuta sem Foucault. O antropófago de minhas vísceras. Talvez, só assim, possa enxergar o novo mundo no rastro dos meus fantasmas escritores. A literatura brasileira precisa ser abrasileirada e isso é urgente. Vamos reinventar nossa estética sem Caminha, Escola de Frankfurt, New Criticism, Estruturalistas etc. Ser bruzundanga cansa.  Olhar para dentro e descobrir que tudo está em nós. Uma alta ciência e filosofia que ainda não demos nome precisa ser vivida e dita como experiência estética.

Eu sou a patente da minha alma.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

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