Repercussões do debate com José Maranhão

Por Francisco Cartaxo

O MAC cumpriu mais uma etapa do I Fórum de Desenvolvimento de Cajazeiras, ao trazer no dia 7 deste mês o governador José Maranhão para debater com a sociedade cajazeirense questões relevantes do nosso desenvolvimento. O reitor da UFCG, Thompson Mariz, coordenou o evento que, previsto para começar às oito da noite foi iniciado as nove e se estendeu além das 23 horas, com bom número de participantes, incluindo políticos e assessores que acompanhavam o governador em suas andanças pelo sertão.

Houve enorme variação de temas, prevalecendo questões fundamentais ao processo de crescimento da região polarizada por Cajazeiras. Algumas perguntas foram encaminhadas mais ao governante atual do que ao pré-candidato. É normal esse tipo de intervenção, quase sempre revestida de forte tom reivindicativo, imediatista, na medida em que se torna impossível dissociar o pré-candidato do gestor público responsável pela condução da máquina estadual. Esses aspectos, aliás, haviam sido previstos pelos integrantes do Movimento dos Amigos de Cajazeiras, em reuniões preparatórias.

Avaliação realista, desapaixonada, sem viés partidário ou faccioso, aponta para o sucesso do debate, embora tenha havido senões na formulação de algumas intervenções orais ou por escrito. Nada porém que deslustrasse o debate ou provocasse desvios irremediáveis dos objetivos centrais perseguidos pelos organizadores do I Fórum, promovido pelo MAC.

A essência do diálogo entre a sociedade cajazeirense e o pré-candidato José Maranhão ficou assegurada pela abordagem de questões relacionadas com a expansão do ensino superior e técnico, com a indicação de obras e serviços estratégicos, a exemplo da continuidade dos trabalhos do aeroporto regional, da gestão tripartite do Hospital Regional, de investimentos em infra-estrutura como estradas pleiteadas há muitos anos, a interligação ferroviária com a Transnordestina em função da provável exploração de minério de ferro e petróleo na Bacia do Rio do Peixe, em particular, nos municípios de Triunfo, Santa Helena e São João do Rio do Peixe que, pelas indicações preliminares, reúnem melhores condições de abrigarem os poços pioneiros. A propósito, pelo otimismo das palavras de Maranhão, pode-se deduzir que ele detém informação privilegiada, ainda não disponível aos simples mortais como o leitor e este cronista…

A vinda de Maranhão ao I Fórum de Desenvolvimento de Cajazeiras repercutiu na mídia estadual com muito mais força (e generosidade de espaços e comentários) do que o debate com o pré-candidato Ricardo Coutinho. As razões para isso são óbvias. Desnecessário investigá-las, portanto. Pouco importa. O digno de registro é que, finalmente, a mídia da capital “descobriu” o fato novo na política paraibana, neste início de campanha eleitoral.

A Paraíba começa a compreender esse fato novo. Cajazeiras, por meio da sociedade civil organizada, prima por discutir questões cruciais ao desenvolvimento do sertão semi-árido e à própria economia da Paraíba, após tantas campanhas eleitorais recheadas de inconseqüente troca de farpas, que aguça paixões, emociona, diverte. Mas não educa. Nem ajuda o eleitor a exercer em sua plenitude a cidadania, elemento essencial da vida democrática. E da mudança no perfil da política paraibana.

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Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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