“Se arrastando que nem cobra pelo chão”
Fui tomado de surpresa e emoção ao divisar de dentro de um avião, há 10 mil pés de altura, vindo de Brasília para João Pessoa, a grandiosidade do Rio São Francisco. Na poltrona do meio, vinha lendo um jornal quando uma turbulência me chama a atenção e olho pela janela, sendo presentado. “Olha, é o Rio São Francisco”, exclamei à minha esposa que ia ao lado da janela, entre curioso e emocionado.
Era como um grande fio ziguezagueando aquelas terras áridas que lhe envolviam. Olhava aquilo estupefato porque ganhava das alturas a exata dimensão do “Rio da Integração Nacional.” Por entre a caatinga nordestina lá vinha o rio ‘se arrastando que nem cobre pelo chão.’
O velho Chico, como lhe alcunham, nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais e, serpenteando 2.863 quilômetros, atravessa ainda os Estados da Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, desaguando no oceano Atlântico, no município de Piaçabuçu.
Aquilo foi como um filme na minha cabeça: lembrei das secas, dos saques, dos retirantes, dos famintos do interior da Paraíba…, mas lembrei também da chegada das suas águas a Monteiro e brevemente a Cajazeiras. E no filme que começava a projetar no meu cérebro via também dias menos difíceis para quem se acostumou a luta diária no semiárido.
Conforme o avião ganhava distância do velho Chico deixando em mim saudades daquele encontro não programado, não parava mais de sonhar. Via os Boqueirões (Cabaceiras e Piranhas) cheios, Coremas e Mãe D´água cheios e uma Paraíba que agora tinha efetivamente segurança hídrica para descentralizar seu crescimento industrial, reduzindo o êxodo rural para Campina Grande e João Pessoa.
Com a segurança da água sempre presente, via agora desenvolver-se uma agricultura pujante, irrigada, e como nos disse certa vez o então Prefeito de Petrolina, Fernando Bezerra (PSB), hoje Senador, “as suas terras são três vezes mais ricas que as nossas, e se nós tiramos uma safra ao ano, vocês poderão tirar duas ou três”, afirmou fazendo-nos entender por que, afinal, tanta resistência à transposição do velho Chico para cá.
Foi bom te ver do alto, velho Chico, pra melhor entender a tua grandeza. Agora, com os pés no chão, aguardamos tua chegada pra alegrar o nosso sertão.
S O L T A S
*Se o prefeito Zé Aldemir (PP) não tomar cuidado, sofrerá algumas baixas na sua equipe de auxiliares. Chagas Amaro deve ser o primeiro.
*Um dos auxiliares de Zé me confidenciou que recebe, por mês, um salário mínimo. Isso mesmo, um salário mínimo para ser secretário executivo da prefeitura.
*O prefeito Gervasio Gomes (PSB), de Bernardino Batista, transita fácil pelas hostes do governo estadual e faz uma gestão sem percalços e atropelos. Dizem que GG se prepara para disputar uma cadeira na ALPB ano que vem.
*Outro Gervásio, o Maia, é hoje o candidato in pectoris de Ricardo Coutinho (PSB) à sucedê-lo.
*Comentário de um deputado: “a Operação Andaime ainda vai fazer muito estrago político!”
*Domingo é dia de notícia e informação. Domingo tem TREM DAS ONZE!
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