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Gildemar Pontes

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Se não fosse a falta de educação!

21/05/2020 às 14h09 • atualizado em 21/05/2020 às 14h10

Coluna de Gildemar Pontes

Esse governo desafia qualquer razoabilidade. E como ele sabe que a maioria do povo que o elegeu é frágil na compreensão, é limitado no alcance e é guiado por mentiras, vai alimentando essa fatia ignóbil e prejudicando o povo brasileiro.

Nada que venha do Bolsonaro me espanta. O que me espanta é saber que o país está se deteriorando e as autoridades estão omissas. O que se esperar do Rodrigo Maia, deputado que integra um partido de fisiologistas e está a serviço dos interesses de uma elite fraca de caráter? O que esperar do Alcolumbre, um senador que preside o Senado na base de entendimentos com a turma do próprio governo para se tornar presidente da casa? O que esperar de um STF que fechou os olhos para um impeachment arranjado, fazendo emergir o que havia de mais podre da República? Órgão supremo da justiça que presencia todos os dias a afronta de um presidente genocida e estúpido a nos envergonhar mundialmente como piada e como representante do povo mais sem noção (esse posto antes era dos americanos) do planeta? O que esperar de um Exército que mais se assemelha a uma força de apoio a ditadores dos países mais atrasados, que se orgulha mais da farda do que do país? Realmente, nossa honra está na lata do lixo. Nossa ética mofou nos livros não lidos. Nossa autoestima está pendurada no varal do esquecimento. Nossa moral está escondida debaixo do tapete que guarda o lixo da história.

É preciso reinventar a convivência com base na Educação e na Cultura, segmentos tão desgastados por um governo acéfalo e sem conhecimento de termos tão caros à arte, como catarse. Nenhuma sociedade consegue manter a sua humanidade sem arte. Nenhum povo se desenvolveu sem Educação. Nenhuma nação sobreviveu sem uma definição clara de suas bases culturais. O conjunto disso tudo forma uma identidade. E povo sem identidade não tem pátria, não tem orgulho, não tem futuro.

E o que fazer para compensar esse tempo perdido, quando poderíamos enfrentar essa pandemia como um país que desse exemplo para o mundo, assim como fazem Nova Zelândia, Alemanha e Cuba? Precisamos refletir sobre nossas escolhas. Acabar com o sentimento maniqueísta que leva milhões de pessoas a escolher o ruim, porque queria evitar o seu espelho ideológico. E é exatamente por falta de Educação, cultura e arte que estamos patinando na idolatria de Lulas e Bolsonaros, como se não houvesse mais alternativas para um povo que seja capaz de escolher seus destinos. Por mais que um dirigente tenha feito pelo país, ele, enquanto ser político, fez apenas a sua obrigação. E quanto mais se exaltarem os feitos do seu governo, mas carente era a sociedade que ele representa. Quanto mais um dirigente queira ignorar o seu povo, como está sendo feito de forma criminosa neste governo, mais percebemos que o que foi feito no passado não pagou a dívida histórica de uma nação para com seu povo.

Basta de idolatrias e acordos com o esgoto da política. O mesmo Centrão que serviu à esquerda, serve agora a Bolsonaro. A sanha de dilapidar o patrimônio público é o mesmo. O canto da sereia não é ideológico é parasitário.
Se não fosse a nossa falta de Educação, estaríamos vencendo uma crise mundial com solidariedade, utilizando o nosso potencial científico e tecnológico a serviço de um povo sofrido e que espera, eleição após eleição, criar seu ídolo de barro para cultuar na sua ignorância.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

Gildemar Pontes

Gildemar Pontes

Escritor e Poeta. Ensaísta e Professor de Literatura da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, em Cajazeiras. Graduado em Letras pela UFC, Mestre em Letras UERN. Doutorando em Letras UERN. Editor da Revista Acauã e do Selo Acauã. Tem 22 livros publicados e oito cordéis.

É traduzido para o espanhol e publicado em Cuba nas Revistas Bohemia e Antenas. Vencedor de Prêmios Literários locais e nacionais. Foi indicado para o Prêmio Portugal Telecom, 2005, o principal prêmio literário em Língua Portuguesa no mundo. Ministra Cursos, Palestras, Oficinas, Comunicações em Eventos nacionais e internacionais. Faixa Preta de Karate Shotokan 3º Dan.

Contato: [email protected]

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