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Heron Cid

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Sob ameaça

17/02/2011 às 10h43

Sempre tive o professor Francisco Jácome Sarmento na conta de um sujeito equilibrado, além de especialista respeitado. Não sabia que a despedida do Governo, por onde passou longos anos, tinha roubado sua humildade, respeito à imprensa e nem muito menos que uma notinha sem qualquer acusação lhe fizesse perder as estribeiras.

Só conheci o outro lado de Sarmento ao abrir a caixa de e-mail ontem. Irado, o ex-secretário enviou direito de resposta à nota da coluna de terça-feira, onde informei tão somente que o então ex-gerente do PAC não quis comentar denúncia de pagamento irregular de R$ 7 milhões e repassou essa incumbência ao ex-presidente da Cagepa.

Na carta, ele explica que a execução financeira do PAC é de responsabilidade da Cagepa, a contratante e responsável legal pelo ordenamento de despesas e fiscalização das obras. “Meu trabalho, enquanto estive respondendo pela gerência do PAC, nunca extrapolou a esfera técnica, na qual ajudei a desobstruir o caminho para que as obras fossem executadas”, diz Sarmento.

E mais: “Afirmo que não será o senhor quem irá me envolver no teatro montado para a assunção de cada novo governo. Não careço de nenhuma lição sobre como funcionam os mecanismos motrizes de setores da mídia paraibana, os quais, quando alçados à triste condição de mera esteira dos interesses da fonte de sua sustentabilidade econômica, não hesitam, via “profissionais” bem mais inescrupulosos do que competentes, em alimentarem com o nome de pessoas honradas as fogueiras dos estratagemas eticamente pútridos que engendram”.

Depois de agredir o “inescrupuloso” colunista e este Sistema, retratado como “setores da mídia paraibana”, intimida: “Advirto-o: Não envolva meu nome nesse jogo. Retrate-se, caso contrário, cobrarei na justiça, a partir de agora, toda e qualquer menção indevida e ofensiva ao meu nome”, ameaça Jácome, sem reservar uma linha para defender das graves acusações o Governo a quem serviu. Imaginem se as famílias das vítimas de Camará reagissem com a mesma ira de Francisco Sarmento…

O espetáculo, o barulho e o terceiro turno – O mérito da sessão especial de ontem na Assembléia foi totalmente ofuscado. Os parlamentares de ambos os lados perderam o prumo e reeditaram os embates da campanha passada. O tom das acusações mútuas levou qualquer cidadão das galerias a jurar que estava assistindo um flashback da última campanha eleitoral.

Empatados – O saldo da sessão foi dois pedidos de CPI’s defendidos pelas bancadas da Oposição e governista. André Gadelha (PMDB) quer uma Comissão para apurar as demissões feitas pelo atual Governo. Lindolfo Pires (DEM) sugeriu a CPI das Gratificações.

Briga das saias – O entrevero entre a secretária de Finanças, Aracilba Rocha, e a deputada Daniella Ribeiro (PP) roubou a cena. Acossada por Ará, a ‘bela’ chamou a secretária de destemperada, que devolveu: “ela andava comigo no ônibus de Ricardo”.

Nepotismo, não– A Procuradora Selda Maia foi convidada e nomeada por Rodrigo Carvalho no DETRAN, que é uma autarquia e não por Gilberto Carneiro. Isso, segundo especialistas consultados, já afasta o nepotismo cruzado.É bom lembrar que Gilberto Carneiro é apenas um, dos mais de duas dezenas de secretários nomeados por Ricardo Coutinho. Das duas uma. Ou se esta superestimando o poder de um único secretário, ou se esta ampliando o conceito de nepotismo cruzado.

Demissão – Ao contrário do que andou sendo noticiado em alguns sites, a bloguista Celeste Maia, filha do Presidente do TRT, não foi nomeada coisa alguma para Cagepa. Pelo contrário, ela foi demitida no governo Ricardo Coutinho. Será que isso também e nepotismo cruzado?

Cheque Funeral – Tudo bem que a memória dos mortos deve ser respeitada, mas nem por isso o Estado poderia se dar o luxo de pagar a 71 defuntos. Ao menos que tenha sido um seguro vida eterna.

Cheque Nostalgia – Segundo o secretário Gilberto Carneiro, o Governo Maranhão III também prestava solidariedade a 44 paraibanos que moravam no exterior, mas não esqueciam a velha Paraíba.

Cheque Garparzinho – Grupo de 650 ilustres paraibanos figurava na folha de pagamento, sem sequer se dar ao trabalho de pelos menos aparecer nas repartições para assinar a folha de freqüência.

Cheque Engorda – Ainda segundo o secretário, 200 servidores eram contemplados mensalmente com gratificações superiores a R$ 6 mil. Certamente prestavam relevantes e insalubres serviços.

Cheque Autodidata – Mas a última informação é de extasiar. O Governo Maranhão III pagava a distintos funcionários salários iguais aos dos secretários. Muitos sequer passaram perto de uma faculdade.

Mosca na sopa – O deputado estadual Toinho do Sopão (PTN) se superou. No auge do debate das demissões, o folclórico parlamentar apelou pelo conserto de uma torneira no banheiro do Palácio.

Entre aspas “Não existe independência. Existe o muro”. Do secretário de Governo, Walter Aguiar, para quem a bancada do PT se revelou mais Oposição do que o PMDB.  

Reprodução do Correio da Paraíba


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Heron Cid

Heron Cid

Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba, jornalista desde 2007 pela UFPB, tendo enveredado na comunicação aos 13 anos de idade. Apresentador de rádio e televisão, entrevistador, articulista político, fundador e diretor do Portal MaisPB e da Rede Mais Conteúdo. No Blog, traz a análise da política nossa de cada dia e o debate dos grandes temas sociais.

Contato: [email protected]

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Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba, jornalista desde 2007 pela UFPB, tendo enveredado na comunicação aos 13 anos de idade. Apresentador de rádio e televisão, entrevistador, articulista político, fundador e diretor do Portal MaisPB e da Rede Mais Conteúdo. No Blog, traz a análise da política nossa de cada dia e o debate dos grandes temas sociais.

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