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Edivan Rodrigues

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Tartaruga pousou no aeroporto

23/07/2010 às 09h48

O governo da Paraíba está construindo em Cajazeiras um novo aeroporto, o investimento estadual estruturador mais importante do sertão do Piranhas. Terá pista 1.600 metros, área de manobra e estacionamento de aeronaves, iluminação noturna e outras características adequadas para receber aviões de médio porte de linhas comerciais regulares. José Maranhão o prometera 10 anos atrás. Ou há 3.967 dias, como registra o número 606 do jornal Gazeta do Alto Piranhas, em singular cobrança pública, aliás, atualizada semanalmente.

Pouco tempo depois de Maranhão assumir o governo pela terceira vez, um grupo de cajazeirenses lhe cobrou, com reverência e respeito, aquela velha promessa. Solícito, Maranhão acolheu a idéia e se dispôs a pedir ajuda ao prefeito na questão do terreno. Nem precisou. Ali mesmo lhe foi informado que o local estava escolhido e as formalidades legais de doação já articuladas. Se é assim, melhor ainda, vamos começar logo a obra, teria falado o governador, para alegria do pequeno grupo que, um ano depois, junto com outros conterrâneos criaram o MAC – Movimento dos Amigos de Cajazeiras. Mais de 95% do pedaço de chão doado pertencia a José Maria Moreira, médico residente em São Paulo.

Por isso, o aeroporto receberá o nome de seu pai. Justo, muito justo. Zé Maria foi pessoa chave nessa história, depois que Rubismar Galvão, Alex Costa e Stanley Lira, pesquisaram e escolheram o melhor local para o empreendimento.

Prego batido, ponta virada. No dia 12 de junho de 2009, em palco improvisado, a 500 metros da BR 230, o governador assina, simbolicamente, ordem se serviço para começar a obra. Testemunhei e escrevi, então, que José Maranhão fez questão de anunciar, em cima do palanque, com a planilha de investimento na mão, que os R$ 5,5 milhões serão aplicados, separadamente, em licitações autônomas, para ganhar tempo, ressaltou. Uma licitação para a pista de pouso e decolagem; outra para a estação de passageiros, outra para a iluminação noturna; além do acesso rodoviário que poderá ser construído pelo DER.

Agora vai, se ouvia então, à vista do entusiasmo das máquinas em ação. Passados 13 meses, a pista está quase pronta. Quase. Mas paralisada. Até já recebeu visita de caçadores de voto, com direito a entrevistas e largos espaços na mídia local. Aventou-se até a possibilidade de inaugurar a pista quando das comemorações do dia da cidade, em agosto, quem sabe, o governador, altaneiro, em traje de piloto aterrissando seu próprio avião…

Parece que uma tartaruga pousou primeiro. Cadê a licitação da estação de passageiros? Não se tem notícia confiável do Edital, apesar da secretária Lena Guimarães, nossa ilustre conterrânea, garantir que será uma construção “decente”. Então, cadê o projeto? A comunidade de Cajazeiras, que escolheu e doou o terreno, ainda não teve acesso a ele, atitude, no mínimo, desrespeitosa aos que lutaram para assegurar ao governador o cumprimento de promessa feita há 10 anos e 8 meses! Gente, sem estação de passageiro nada feito. Salvo para desfrute de proprietários de aeronaves… Pior ainda, desfrute clandestino, claro.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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