Três parágrafos sobre o Brasil
Como Educador e Professor, minha luta tem sido para desconstruir comportamentos. Não adianta eu ensinar literatura para um jovem que não lê. Não adianta eu dar exemplos de virtudes ou defeitos de caráter de personagens se alguns alunos querem se dar bem e elegem os principais bandidos do país, que frequentam as câmaras de vereadores e são responsáveis pela venda de rebanhos de gente em troca de favores na eleição de um deputado. Por isso, tenho dito e repetido por onde tenho espaço para falar, nosso problema é de Educação.
Os defensores da intervenção militar querem soluções simples. Os militares sobem o morro, matam todos os traficantes e pronto, o problema foi resolvido. Além de ingenuidade esse pensamento demonstra falta de conhecimento da própria realidade em que se vive.
Quando a população formada por supostos homens de bem atacam um caminhão tombado na estrada para roubar a carga (e se veem inúmeros carros parados, com seus ocupantes realizando o saque) ninguém pensa no motorista que está agonizando, preso nas ferragens. Quando se corta uma fila para se obter vantagem no atendimento ou quando se leva cola para a prova não se está sendo muito diferente do assassino ou ladrão que se condena.
Aliás, vejo muita gente que condena políticos em Brasília, mas na sua cidade se encosta em condenados, pedófilos, ladrões de carga etc. É o imaginário que constrói mitos, que ergue templos para bispos Macedos, Valdemiros e outras excrescências, em nome da salvação e das facilidades do caminho a um céu de mentiras. Mitos precisam de ufanistas. Na década de 70, proliferou um tipo de ufanismo com algumas frases ridículas: “Brasil, ame-o ou deixe-o”; “É preciso levar vantagem em tudo”, a tal da Lei do Gérson, tão propagada na TV e no rádio.
Que ironia isso ter surgido nos governos militares! Mas Goebbels foi o maior estrategista da História e serviu a um governo militar sanguinário. Então, se os brasileiros que se dizem honestos, pensantes querem realmente ajudar, que façamos uma grande cruzada nacional com todas as tendências possíveis para encontrarmos soluções que não partam de um organismo podre, como o governo Temer.
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