Um papel decisivo
Todo o governo tem seu formulador de estratégias. As ações deflagradas em vários campos são responsáveis por imprimir marcas de gestão. E quando o engenheiro da construção dessa imagem tem que conviver com um cenário adverso de crises políticas e base fragmentada, como foi o caso desse primeiro ano dos girassóis?
Foi esse o desafio tocado nessa fase inicial pelo secretário Nonato Bandeira, instado pelas circunstâncias a entrar em partida de jogo renhido, com uma imensa torcida contrária e sendo obrigado a defender e atacar ao mesmo tempo, sem descuidar dos lances e jogadas dos adversários, fora o pesado “extra-campo”.
Originário da coordenação de seguidas campanhas vitoriosas, agiu em várias frentes, apagando incêndios além das fronteiras de sua pasta. Foi pro front nas batalhas travadas pelo governo durante o belicoso ano de 2011, marcado por greves e trincheira. Como todo estrategista de feeling e plugado no projeto macro, também não se furtou a guiar mísseis e contra-ataques, quando julgou necessário à vitória no combate.
Por necessidade da conjuntura, naturalmente alçou a uma espécie de primeiro-ministro. Não pela pompa do cargo, mas por agir como oficial de brigada, com a discrição de soldado raso. Virou instância recursal das lideranças cujos pleitos sãos indeferidos nas ‘comarcas’ do governo. Jamais ávido pelos holofotes do poder, mas uma peça essencial à sombra do chefe. Um auxiliar consciente do seu tamanho e lugar.
Guilhotina – Cabeças devem rolar na reforma do secretariado do prefeito Luciano Agra. Se eu fosse um dos “cabras marcados” já teria me adiantando para diminuir o constrangimento.
Imagem – De posse de avaliações internas e externas, Agra, que tem como portfólio da reeleição sua gestão, quer melhorar o desempenho de setores e serviços essenciais à população.
Âncora na praia – O presidente da Câmara de João Pessoa, Durval Ferreira, mantém a bússola bem perto da mesa de seu arrojado gabinete. Cortejado silenciosamente pelo PSB e por emissários de Cícero Lucena, o vereador do PP prefere aguardar a tábua das marés, antes de erguer a vela do seu barco no oceano de uma candidatura a vice ou a reeleição.
Filtro perigoso – O secretário de Obras, Alex Azevedo, defende que o nome do PMDB e de Veneziano na sucessão em Campina Grande tenha história, trabalho, coerência, dignidade pessoal e convergência. Quem ouviu acha que a regra sugerida pode tirar autor do páreo.
Tudo ou nada – Todos os venezianistas consultados pela Coluna encaram a eleição de 2012 na Rainha da Borborema como decisiva para o projeto político da família Vital em 2014. Em caso de insucesso, Veneziano pode adiar o sonho de disputar, com chances reais, o Palácio.
Dinheiro desprezado – O secretário do Desenvolvimento da Articulação Municipal, Manoel Ludgério, contactou a Coluna para comentar o ‘desprezo’ de Veneziano pelo convênio com o Pacto Social.
Alfinetada – “Quando ele pediu, achou que o governo não daria. Achou que as praticas eram as antigas. O dinheiro foi liberado, sequer foi buscar.”, disse Ludgério sobre os R$ 168 mil desprezados.
Caso do DJ Ota – Aliás, o ano pode não começar tão bem pra Vené. A pedido do vereador João Dantas (PTN), a Comissão de Recesso da Câmara será acionada para averiguar a denúncia dos livros.
Lavagem – “O que nos chega de notícia indicam uma espécie de lavanderia para irrigar o ‘regoduto’. Vamos levar o assunto ao Ministério Público”, provocou o corrosivo João Dantas.
Roteiro – O vereador adiantou que antes de acionar o MP, a oposição pretende estancar os meios de investigação legislativa e pedir informações ao prefeito e ao secretário Flávio Romero.
Candinhas – A articulação do governo identificou os deputados que atravessavam a Praça João Pessoa só para levar e trazer fuxicos e intrigas entre o governador e o deputado Ricardo Marcelo.
Reza – O deputado Frei Anastácio (PT) espera a sanção do governo ao seu projeto de lei que prevê o pagamento de vale-refeição aos servidores que recebem até dois salários mínimos.
Trocadilho – “Jampa quer japa”. Slogan em forma de brincadeira sugerido aos amigos mais próximos pelo médico Ítalo Kumamoto, pré-candidato do PSC à Prefeitura de João Pessoa em 2012.
Incremento – O Orçamento 2012 da Capital prevê maiores investimentos em educação e saúde com um percentual de 27,4% e 18,2%, ambos acima do mínimo obrigatório previsto na legislação.
Roda viva – Em Cajazeiras, só se fala na iminente união de forças do ex-deputado Jeová Campos (PT) com o ex-prefeito Carlos Antônio de Oliveira (DEM). São as voltas e guinadas da política.
PINGO QUENTE – “As duas não se unirão num possível segundo turno”. Do ex-deputado Walter Brito Neto (PMDB) se metendo a fazer previsões sobre o futuro de Daniella Ribeiro (PP) e Tatiana Medeiros (PMDB).
Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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