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José Antonio

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Um roteiro sentimental e turístico de Cajazeiras

09/02/2025 às 13h17

Açude Grande, Cajazeiras (Foto: Diário do Sertão)

Por José Antonio – Porque Cajazeiras ainda não se habilitou definitivamente no roteiro e calendário turístico da Paraíba? O que estaria faltando? É inacreditável uma cidade como a nossa, de tantas tradições e eventos culturais ainda não tenha conseguido traduzir em trabalho e renda toda esta sua potencialidade?

Visitantes, bem-vindos sejam a esta terra que nasceu em derredor de uma escola.

O Cristo Redentor no alto de braços abertos te saúda.

Vem, descansa da tua jornada, esta terra é tua e nos nossos corações as alegrias são infinitas e neles acolhemos a todos.

Vamos ao Tênis Clube para pisar no solo onde a cidade nasceu.

Do Tênis, com mais alguns passos matarás a sede com as águas do Açude Grande, construído por Vital e Ana, no longínquo tempo, no território aonde foi feita a concessão de uma sesmaria, em 23 de novembro de 1754, que com o passar do tempo a gens dos Albuquerque, no seu entrelaçamento com os Rolim, já tinha adquirido a expressão social e econômica que muito contribuiria para a formação do arraial e, posteriormente, para o desenvolvimento da cidade.

Do balde do açude, aguardes o entardecer e presenciarás o mais belo por sol do mundo.

Quando a noite chegar feche os olhos e ouça, no imaginário, o pipocar dos rifles, que disparavam balas em defesa de nossa liberdade, quando os cangaceiros de Sabino invadiram a cidade.

Da Colina do Tênis Clube, contemples a Igreja Matriz, berço de nossa religiosidade, onde de joelhos demonstramos a nossa devoção à Virgem da Piedade, fruto da ação devocional de Mãe Aninha.

Ao lado da igreja fez-se a escola, formadora de místicos e revolucionários, sob a orientação do Padre, Mestre, Missionário e Comendador Ignácio de Sousa Rolim.

Visitante, já que aqui estás senta-te à mesa e saberás o quanto o povo desta terra é hospitaleiro.

De milagre em milagre, caro visitante, está cidade foi sendo construída e serviu de balsamo e consoladora dos corações aflitos de seus caminheiros, quando inúmeros deles, nela resolveram pedir guarida e fixar paragem.

A terra, a água, a cruz, a fé, o trabalho e a educação foram as atrações, meu caro visitante, que fecundaram nos corações dos bandeirantes dos sertões das cajazeiras.

O gado, visitante, foi ele que construiu estes caminhos dos sertões, mugindo e batendo chifres no tropel, por aonde chegastes, que hoje anda silente em cima de caminhões, fazendo morrer também o aboio do vaqueiro.

Olha visitante no nosso céu o quanto Cruzeiro do Sul é belo e as suas estrelas refletem as suas luzes, em forma de cruz, para abençoar a nossa gente!

Chega visitante, vem sentar nesta calçada alta, numa cadeira de balanço, para ouvir nossas estórias de “trancoso” enquanto o vento do Aracati não chega para acariciar as nossas faces e amenizar o nosso calor.

Caro visitante, te dou de presente a sua bela História: abra este livro e nele verás que no principio era só a mata e foi-se fazendo a picada para os homens e o gado. Construiu-se em seguida, a sombra, o alimento, o barreiro, a escola, a cruz, outros caminhos, saberes, ensinamentos, famílias, alianças de fé, atos de bravura, sangue e laços de amor. Que bela História!

Na caminhada o chão de barro amassado, com os pés levantando poeira e é nesta estrada que quero que caminhes, não só para conheceres o nosso passado de lutas e glórias, mas com destino ao futuro, que esta sendo construído por mais de 26 mil alunos.

Caro visitante, desejo que por aqui permaneças, faças pousada, porque “a terra onde se vive é mais forte que a terra onde se nasce” e foram exatamente os que aqui estiveram que resolveram fazer morada e ajudaram na construção de tantos anos de História.

Caro visitante, conhecendo o passado de minha cidade e os sonhos, que um dia quero vê-los realizados, é que vais encontrar a justificativa do amor e da devoção que nós temos por nossa eterna e amada terra.

Salve minha eterna e amada cidade. Beijos nos corações de todos os filhos nascidos do ventre das verdes cajazeiras do meu sertão e dos caminheiros que aqui resolveram pousar!

Cajazeiras tem uma bela história e podemos transformá-la num vitorioso empreendimento turístico e na promoção do nosso desenvolvimento. Vamos à luta!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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