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Mulher pede para ser velada viva e realiza sonho

Vera Lúcia foi velada ao longo do dia em um cemitério em Camocim. Amigos e familiares participaram da cerimônia.

Por Estagiário

02/11/2016 às 20h41

Mulher passou o dia bebendo apenas água de coco e chá (Foto: Delândia/ Arquivo Pessoal)

Uma mulher em Camocim, no litoral oeste do Ceará, chamou atenção neste feriado de finados por um sonho inusitado: celebrar, em vida, o próprio velório. O proprietário da funerária, Paulo Araújo, conta que a mulher tentava realizar o desejo há pelo menos cinco anos, mas até então havia sido negado. Neste ano, porém, ele concordou, e nesta quarta-feira (2) o velório de Vera Lúcia de Araújo Silva aconteceu com direito a caixão, flores e maquiagem.

Vera Lúcia explica que o sonho é antigo, porém, muitos duvidavam que um dia ela realizaria o desejo. “Eu quero meu velório há 14 anos. Esperei muito. Quando convidei amigos e minha família eles pensaram que eu estava de brincadeira, nem ligaram”, relata a mulher. O dono da funerária lembra ainda que a mulher, que não tem filhos, encontrou resistência da família. “O esposo não queria deixar, mas a família abriu mão”, disse.

Funerária realizou o sonho da cliente nesta quarta-feira (2) (Foto: Delândia/ Arquivo Pessoal)

Funerária realizou o sonho da cliente nesta quarta-feira (2) (Foto: Delândia/ Arquivo Pessoal)

A cerimônia aconteceu ao longo de todo o dia, nesta quarta-feira, 2, de 9h às 18h, no Cemitério Jardim Eterno, com a presença de familiares, amigos e curiosos. “Veio todo mundo meu sogro, minha sogra, irmã, cunhado e amigos. Eles ficaram de boca a aberta e respeitaram o momento. Uma amiga até chorou e pediu para eu me levantar.” No entanto, uma funcionária revelou que, na verdade, todos caíram na gargalhada quando se depararam com a cena.

“Ela ficou deitada no próprio caixão, tinha esse desejo. Foi invenção dela mesmo. Todo velório aqui ela gosta de estar presente”, narra o empresário. “Eu dizia que não porque depois o povo ia falar que a gente agourou, trouxe maldição, iam acabar associando, e a funerária não tem esse lado. Mas ela pediu, pediu, pediu”, diz Paulo.

O dono da funerária relata que não cobrou nada da “cliente” e cedeu o espaço e os materiais. “Eu cheguei, me maquiaram, e preparam como se fosse um defunto mesmo. Me deitei e não me levantei mais. Meus únicos alimentos foram água de coco e chá”.

Para que o sonho fosse completo a ‘cliente’ ainda fez um último pedido. “Antes que meu velório termine, já pedi para todos que fechem com a tampa o caixão e me carreguem por uns dois minutos, como se fosse enterrar”.

G1

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