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“Eleições 2018 são fáceis de ganhar”, diz Lula em congresso do PCdoB

O partido comunista oficializou, durante o evento, a pré-candidatura da gaúcha Manuela D’Ávila à Presidência da República

Por Priscila Belmont

20/11/2017 às 10h49

Foto: Fátima Meira/futura press/futura press/estadão conteúdo

Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, na manhã do último domingo (19/11), do 14º Congresso do PCdoB, em Brasília. O ex-presidente discursou por quase uma hora no Centro de Convenções Brasil 21. Atacou a reforma trabalhista, disse que as próximas eleições são “fáceis de ganhar” e não vê problema em partidos progressistas lançarem mais de um candidato em 2018.

“Falam que eu sou extrema esquerda e o Bolsonaro de extrema direita. Se eles buscam o meio, quero a Manuela como líder desse caminho”, discursou Lula. A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), esteve presente, assim como o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto.

Lula volta a desafiar Sergio Moro

No discurso, Lula disse não possuir os R$ 24 milhões que a Procuradoria da República pretende bloquear. Em pedido encaminhado à Justiça Federal no âmbito da Operação Zelotes, os procuradores pediram para confiscar R$ 21,4 milhões em bens do petista e mais R$ 2,5 milhões de seu filho, Luiz Cláudio. “Às vezes fico chateado com todas essas bobagens que falam a meu respeito, mas, como sou católico, acho que é uma provação. Já provei minha inocência, quero agora que eles provem. O cidadão deveria ter a decência de dizer onde tenho R$ 24 milhões”, discursou.

O petista também voltou a desafiar o juiz federal Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da Lava Jato. O político pediu que provem “um real de sua vida que não seja legal”. O ex-presidente da República subiu o tom de voz e comentou: “Se tem político com rabo preso por causa do que a Operação Lava Jato está fazendo, eu não tenho rabo para prender. Não estou acima da lei, só quero respeito”.

E prosseguiu: “Quando a polícia entra na casa de alguém, adora mostrar dinheiro, joia, mas quando entra na minha e dos meus quatro filhos, revira tudo, levanta colchão, e não encontra nada, esses sacanas deveriam ter coragem de chamar a imprensa e dizer que na casa do Lula não tinha nada”.

Independência

Na abertura do Congresso, na última sexta (17), o PCdoB oficializou a pré-candidatura da deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila à Presidência da República em 2018. Aliado histórico do PT, o partido comunista lançou, até então, apenas dois concorrentes à Presidência: Minervino Oliveira, em 1930, e Iedo Fiuza, em 1945.

Com 36 anos, Manuela é jornalista e cumpriu dois mandatos como deputada federal pelo Rio Grande do Sul.

O PCdoB aliou-se ao PT nas cinco candidaturas de Lula à Presidência: em 1989, 1994, 1998, 2002 e 2006, além de participar da coligação que elegeu e reelegeu Dilma Rousseff ao Planalto em 2010 e 2014.

Direito de ser candidato

Embora tenham optado por uma candidatura à parte, o partido comunista e Manuela D’Ávila defendem o direito de Lula concorrer às eleições no próximo ano. Ela nega, inclusive, que esteja com a mira no posto de vice em uma eventual chapa com o ex-presidente.

O petista é réu na Justiça em sete processos e foi condenado em um deles a 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, sob acusações de corrupção e lavagem de dinheiro. Uma eventual condenação em segunda instância pode barrar a sua intenção de disputar qualquer cargo público em 2018.

Em caravana pelo país como pré-candidato, Lula trabalha para o ex-prefeito Fernando Haddad e o vereador Eduardo Suplicy concorrerem ao Senado por São Paulo. Em outros estados, o PT negocia alianças com o PMDB, partido de Michel Temer e com o qual os petistas tiveram rusgas durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. As siglas, porém, parecem ter feito as pazes e costuram chapas em pelo menos seis unidades da Federação: Alagoas, Minas Gerais, Ceará, Piauí, Sergipe e Paraná.

Metrópoles

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