VÍDEO: Ativista dos movimentos negros cita retomada de políticas públicas nacionais e cobra ações em Sousa

Este dia 21 de março de 2023 é marcante para a comunidade negra por três motivos: nesta data celebra-se o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial; o Dia Nacional das Tradições de Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé; e também completam-se 20 anos de políticas de igualdade racial no Brasil. Para falar um pouco sobre esta data, a TV Diário do Sertão esteve com o advogado e ativista dos movimentos negros Valdeci Filho, da cidade de Sousa.

Valdeci avalia que houve avanços nos últimos anos, durante os governos do PT, citando, por exemplo, o pacote de medidas apresentado pelo presidente Lula nesta terça-feira (21) para ampliar a igualdade racial. Entre as medidas, o governo determinou que negros ocupem 30% dos cargos de confiança na administração pública.

Outro acontecimento importante citado por Valdeci Filho, dessa vez no âmbito jurídico, foi a recente equiparação do crime de injúria racial com crime de racismo.

No entanto, o ativista lamenta que a causa negra seja discutida com mais afinco pelos poderes públicos estadual e municipal somente no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

“Essa discussão de um dia não serve. A discussão tem que ser diária, combativa, não só com as políticas públicas, mas com ações efetivas do Estado, do Município. A gente tenta fazer de um certo modo, enquanto ativista, aquilo que o poder público deveria fazer, no entanto é omisso”.

Ao comparar as diferenças entre os governos do PT e do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ativista ironiza: “A gente não pode nem falar essa palavra ‘diferença’, porque o outro [Bolsonaro] não teve nada em termos de políticas públicas. Então, é esquecer o outro governo. A gente está tendo uma retomada de políticas públicas, inclusive propositivas”, diz Valdeci.

“Eu participo de algumas ações a nível de estado, mas o que a gente faz enquanto movimento negro é através de projetos, e creio que agora com o novo governo esses projetos serão bem mais aceitos e aí poderemos desenvolver políticas públicas, oficinas, palestras, movimentações de cunho artístico, de maneira a trazer uma consciência dos direitos do cidadão negro”, acrescentou.

DIÁRIO DO SERTÃO

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