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VÍDEO: Movimento Viva Luizinha se reúne em Sousa e cria primeiro coletivo LGBTQIAPN+ da cidade

O Movimento leva o nome de Luiz Carlos Pereira de Souza, apelidado de Luizinha, homem assumidamente gay que viveu na década de 1970 no município de Sousa e foi pioneiro na resistência ao preconceito e à homofobia

Por Priscila Tavares

09/09/2023 às 15h26

Nasce em Sousa, no Sertão da Paraíba, o Movimento Viva Luizinha, que cria o primeiro coletivo LGBTQIAPN+ na cidade. Professores e advogados, membros e simpatizantes falaram à TV Diário do Sertão sobre o movimento que está surgindo.

À frente estão o professor e assistente social João Bosco Araújo, o professor de Direito e ativista social Paulino Junior, o advogado Fillipe Morais, representantes da sigla e a professora e advogada Gerlania Medeiros, vonsultora da Comissão Federal de Direito de Família da OAB Nacional.

“O Movimento Viva Luizinha é uma organização do Alto Sertão da Paraíba onde estamos reunindo pessoas da comunidade LGBT para que a gente se organize e passe a lutar em prol da população dessa comunidade, numa região tão carente como é o Alto Sertão”, falou o advogado Fillipe Moraes.

Ele destacou a importância do nascimento do movimento social enquanto coletivo político para lutar por políticas públicas de qualidade para a população LGBTQIAPN+.

“Enquanto coletivo, a gente vai poder se organizar, cobrar mais às autoridades, vai poder dar mais amparo, levar mais políticas públicas para essa população que necessita, e o Movimento Luizinha é pioneiro aqui no Sertão da Paraíba”, disse.

O professor João Bosco contou que Luizinha, que dá nome ao movimento, foi um homem gay que viveu na década de 1970 no município de Sousa. João Bosco ressaltou a importância dessa figura emblemática para a comunidade.

“Numa época em que o preconceito era muito maior do que hoje, as pessoas não se assumiam, as pessoas não davam a cara à tapa, e Luizinha foi o único gay que se assumiu aqui em Sousa. Pela alegria, pela felicidade, ele era espancado, era violentado, mas nunca perdeu a alegria, nunca perdeu a vontade de ser feliz. Então, o Movimento Viva Luizinha é uma homenagem a Luiz Carlos Pereira de Souza, que morreu aos 35 anos de cirrose hepática, mas enquanto foi vivo representou, para nós, um sinônimo de resistência e de luta”, afirmou João Bosco.

Gerlania Medeiros, Paulino Junior, João Bosco Araújo e Fillipe Morais (Foto: TVDS)

A advogada Gerlania Araújo falou do aporte judicial que o movimento irá trazer para a comunidade. “Como aliada da causa, eu venho enfatizar nessa oportunidade que nós, público hétero, também temos o dever de abraçar essa causa, porque a medida que a gente reivindica os nossos direitos, as nossas prerrogativas, as nossas garantias, a gente tem que saber que tem que ter a contramão de respeitar os direitos do outro. Então, o movimento Viva Luizinha nasce na cidade de Sousa como um movimento para homenagear a figura de Luizinha, mas para dá suporte a todas as pessoas que são gays, lésbicas, transexuais, travestis e todas as outras diversidades de identificação de gênero e orientação sexual”, pontuou a advogada.

O Movimento se reuniu para definir sua atuação e os detalhes para o I Encontro de Pessoas LGBTQIAPN+, que acontece nos dias 21 e 22 de setembro na cidade de Sousa, evento que irá reunir autoridades do poder público e líderes populares para discutir direitos humanos, diversidade e cidadania.

O professor Paulino Júnior enfatizou o fato de o Brasil ser o país que mais mata pessoas LGBT’s no mundo pelo 14ª ano consecutivo e ressaltou a importância do movimento no Alto Sertão.

“No dia 13 de setembro todas as pessoas estão convidadas a participar, será um momento pedagógico e de letramento, onde a gente vai poder falar sobre essas questões enquanto professores, pertencentes à sigla ou aliados nessa causa também, e é quando o movimento nasce de fato”, disse.

“É importante destacar que existir, no nosso caso, é um ato político, é um ato de resistência. A gente precisa atravessar muitas questões ao longo da vida e eu falo isso do alto de privilégios que consegui ostentar. Existem outras pessoas que, sequer, tem espaço de fala, espaço de protagonismo, e é justamente em nome delas que a gente quer falar, lutar, reivindicar e trabalhar junto para que elas possam, também, se educar”, completou Paulino.

DIÁRIO DO SERTÃO

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