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EXCLUSIVO: Diretora fala pela primeira vez sobre morte de mulher no HRC: “A equipe fica consternada”

Em entrevista recente à TV Diário do Sertão, irmã da vítima acusa médico que atendeu o caso de ter sido negligente e aponta problemas estruturais na maternidade

Por Jocivan Pinheiro

23/01/2019 às 14h36 • atualizado em 23/01/2019 às 14h41

A diretora do Hospital Regional de Cajazeiras (HRC), Edjane Leite, falou pela primeira vez com a imprensa sobre a morte da dona de casa Patrícia da Silva Bezerra, de 31 anos, que no dia 14 deste mês – seis dias após dar à luz na Maternidade Dr. Deodato Cartaxo – sofreu duas paradas cardiorrespiratórias no hospital e faleceu.

Em entrevista à TV Diário do Sertão, a irmã de Patrícia acusou o médico que atendeu o caso de ter sido negligente com a paciente e apontou supostos problemas estruturais na maternidade.

VEJAMulher acusa HRC de negligência no caso da morte de sua irmã após parto; hospital responde

Também durante entrevista à TV Diário do Sertão, nesta terça-feira (22), a diretora do HRC afirma que não houve negligência, que a equipe médica fez o possível para salvar a vida de Patrícia e rebate as reclamações contra a maternidade ressaltando investimentos em serviços e qualificação de profissionais e mostrando números sobre redução de óbitos.

“A gente avançou muito. Eu tenho nas estatísticas que de 2011 a 2017 nós tivemos onze óbitos. Ano passado, para dois mil partos, dois óbitos, que chega a 1%. Então, não se morre mais como morria antigamente. Todos esses cuidados que a gente está tendo será que não é nada? Para muitos pode não ser nada. Mas pra gente que vai nos números, é muita coisa”, respondeu.

Patrícia ficou seis dias repousando no alojamento do HRC antes de falecer

Na entrevista à TVDS, a irmã de Patrícia reclama que o médico de plantão teria se ausentado após reanimar a paciente na primeira parada cardiorrespiratória. No entanto, Edjane Leite explica que ele saiu para conseguir vaga para Patrícia na UTI.

Ainda sobre o procedimento do médico, Edjane confirma a informação dada anteriormente pelo assessor do HRC, de que naquele momento o médico não poderia assinar um atestado de óbito e que o hospital não é responsável pelo translado de corpos para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), e sim a Prefeitura.

“Como ele pegou ela naquelas circunstâncias, ele não tinha como dizer o porquê [causa da morte]. Existiam agravos associados. Ela tinha outros problemas de saúde, então qualquer motivo poderia ter levado à parada. Ele não podia preencher uma declaração de óbito dizendo que ela morreu por parada cardiorrespiratória. Naquele momento ele não podia porque algo levou ela à parada”.

Hospital Regional de Cajazeiras

Edjane lamenta o falecimento da paciente e revela que os profissionais da maternidade também ficaram abalados com o ocorrido: “A equipe da maternidade que assistiu também fica consternada porque pra gente também não é fácil perder um paciente que você acompanhou durante o período que estava aqui. Nossos sentimentos aos familiares”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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