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Sousa, Catolé do Rocha, Itaporanga e mais 65 municípios estão com epidemia de dengue

Apenas um óbito por dengue foi confirmado, no município de Alhandra. Oito mortes seguem em processo de investigação

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03/06/2015 às 07h54

A Secretaria de Estado da Saúde divulgou, nesta terça-feira (02), Boletim Epidemiológico da dengue e chikungunya, referente ao período de 1º de janeiro a 28 de maio. Nesse período, foram notificados 11.914 casos suspeitos de dengue na Paraíba, sendo que menos da metade foram confirmados – 4.105 casos; e 1.680 foram descartados. Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de óbitos confirmados teve uma redução de 80%, caindo de cinco para um óbito. Nesse intervalo, foram notificados sete casos suspeitos de febre chikungunya.

Dentre os casos confirmados nessa 21ª semana epidemiológica de início de sintomas, 46 deles foram classificados como dengue com sinais de alarme, sendo 12 casos de dengue grave. Outros 6.129 casos estão sendo investigados.

Apesar do aumento do número de casos notificados em relação a 2014, quando foram registrados 4.115 casos no mesmo período, o boletim revela uma redução no percentual de casos confirmados. Enquanto esse ano observa-se 34,46% de casos confirmados, em 2014 esse percentual foi de 48,41%, com 1.992 casos confirmados. Outros 918 casos registrados no ano passado seguem em investigação.

O boletim apresenta ainda um aumento da incidência de casos (número de casos/100 mil habitantes) em relação aos anos anteriores: em 2013, a incidência de casos era 171,17%; em 2014, 73%; e em 2015, 258,98%.

“Apesar do aumento no número de casos, a incidência da doença registrada na Paraíba está em situação de alerta para possível epidemia, de acordo com o plano de contingência da dengue da SES. Porém, destaca-se que os casos graves devem ser sinalizados, imediatamente, para que sejam evitados óbitos”, alertou a gerente executiva de Vigilância em Saúde da Secretaria, Renata Nóbrega.

Atualmente, 68 municípios paraibanos (30,49%) estão classificados em epidemia de dengue, conforme preconiza o plano de contingência da Paraíba, ou seja, coeficiente de incidência (número de casos/100 mil habitantes) acima de 300%: Água Branca, Alagoa Grande, Alagoinha, Alcantil, Alhandra, Aparecida, Arara, Areia de Baraúnas, Areial, Aroeiras, Bananeiras, Baraúnas, Barra Santana, Belém, Boa Vista, Brejo do Cruz, Brejo dos Santos, Cabaceiras, Caiçara, Camalaú, Catolé do Rocha, Caturité, Conde, Cuitegi, Dona Inês, Frei Martinho, Guarabira, Itaporanga, Juarez Távora, Junco do Seridó, Juru, Logradouro, Mãe D’água, Manaíra, Marizópolis, Matinhas, Monte Horebe, Monteiro, Nova Olinda, Ouro Velho, Parari, Pedra Lavrada, Pedro Regis, Piancó, Picuí, Pirpirituba, Pitimbu, Prata, Princesa Isabel, Puxinanã, Remígio, Riachão, Riachão de Santo Antônio, Riacho dos Cavalos, Santa Helena , São Bento, São José dos Espinharas, São José do Sabugi, São José dos Ramos, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra da Raiz, Sertãozinho, Sousa, Tavares, Teixeira, Umbuzeiro, Várzea e Zabelê. 

Óbitos – Apenas um óbito por dengue foi confirmado, no município de Alhandra. Oito mortes seguem em processo de investigação – uma em Alhandra; outra em São João do Rio do Peixe, uma em Guarabira, uma em Sousa e quatro em João Pessoa, aguardando o resultado do laboratório do Instituto Evandro Chagas – IEC, no Pará, e seguem acompanhados pela área técnica e municípios, conforme preconizado pelo protocolo do Ministério da Saúde.

Ao comparar com o mesmo período do ano de 2014, quando foram confirmados cinco óbitos por dengue, observa-se redução de 80%, mas o alerta continua. “Tendo em vista a situação de risco para epidemia, a Secretaria de Estado da Saúde recomenda às Secretarias Municipais de Saúde o alerta de manter a rede atenta para o diagnóstico precoce da doença e o manejo correto para que os óbitos sejam evitados”, comentou Renata Nóbrega.

Febre de Chinkungunya – Na Paraíba, até a 21ª Semana Epidemiológica, foram notificados sete casos suspeitos de febre, nos municípios de Pombal (1), Alhandra (1), Campina Grande (1), Umbuzeiro (2), Coremas (1) e João Pessoa (1), sendo cinco deles descartados e dois em processo de investigação, aguardando resultado.

A SES informa que todo caso suspeito de Chikungunya é de notificação compulsória imediata e deve ser informado em até 24 horas às esferas municipal, estadual e federal, por meio dos telefones: 0800.281.0023/ 3218-7331/ 8828.2522.

Ações para controle do mosquito – Para o controle vetorial, a Gerência de Vigilância Ambiental da SES-PB ressalta que todos os municípios deverão realizar anualmente quatro ciclos de Levantamento de Infestação Predial (LIRAa e LIA), com periodicidade trimestral (janeiro, março, julho e outubro). Para tanto, faz-se necessário que todos os 223 municípios paraibanos realizem, na primeira quinzena de julho de 2015, o terceiro LIRAa ou LIA (este último para municípios abaixo de 2.000 imóveis), com o intuito de avaliação do Índice de Infestação Predial do Mosquito. Os resultados do LIRAa e LIA são de fundamental importância para o planejamento das ações de combate à Dengue, Febre de Chikungunya e Zika Vírus.

Através do LIRAa e LIA existe um indicador entomológico que fornece informações para o direcionamento das atividades de controle do vetor da dengue, que se constitui nos recipientes existentes, isto é, aqueles com condições de acumular água. “Tendo em vista o início do período chuvoso, chega a preocupação com a questão da proliferação dos mosquitos. Os locais com possibilidade de armazenamento de água devem ser devidamente tampados”, alertou Renata Nóbrega.

O indicador é obtido por meio desse levantamento, pelo qual são obtidas informações sobre os recipientes pesquisados e aqueles com larvas de Aedes aegypti. Os recipientes mais frequentemente encontrados são vasos e pratos de plantas, inservíveis como latas, potes e frascos, garrafas e aqueles não removíveis como piscinas, bebedouros de animais, lonas e outros de utilidade para o morador. Pneus e caixas d’água apresentaram maiores percentuais de positividade para o mosquito em relação aos outros tipos.

Carro fumacê – Trata-se de uma intervenção que preferencialmente deve ser restrita a áreas vulneráveis, evitando, assim, o uso excessivo de inseticidas em áreas não indicadas, enfatizando, portanto, o uso oportuno desse insumo crítico nas ações de controle de dengue.

Neste ano, 15 municípios receberam intervenção do carro fumacê e, no momento, ele está atuando em 10 municípios. Foram usados, aproximadamente, 280 litros do adulticida Lambdacialotrina CE 5% e 3.220 litros de óleo Vegetal, utilizado como solvente.
O corpo técnico da Gerência Operacional de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde e Gerências Regionais de Saúde realiza visitas técnicas aos municípios em risco utilizando estratégias que possibilitem a operacionalização de ações intersetoriais, empregando-se de meios e instrumentos que possam minimizar os obstáculos encontrados no combate ao Aedes e potencializar as variáveis favoráveis, como o apoio da própria gestão municipal, através da Educação, Comunicação, Infraestrutura, etc.

“O Controle vetorial deve ser atividade rotineira nesses municípios, sendo necessária articulação intersetorial entre o órgão de saúde e outros da esfera municipal, para realizar melhorias imediatas relacionadas ao saneamento básico, principalmente de coleta de lixo e de fornecimento regular de água tratada, evitando que se formem criadouros. Providências pela destinação de resíduos sólidos especiais, como os pneus e gestão de Ecopontos”, alertou Renata Nóbrega.

DIÁRIO DO SERTÃO com Secom 

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