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VÍDEO: Pastor diz que Bolsonaro “falou a linguagem dos evangélicos” e “o outro candidato fala a das minorias”

Pastor Jecer Goes diz ser contra transformar igrejas em 'palanques' políticos, mas ele justifica que os evangélicos 'penderam' para o bolsonarismo porque Bolsonaro 'falou a linguagem' deles

Por Luis Fernando Mifô

26/12/2022 às 19h23 • atualizado em 28/12/2022 às 10h31

Em entrevista à TV Diário do Sertão, o pastor Jecer Goes, fundador e presidente da Igreja Evangélica Canaã, disse que desvirtuar a palavra de Deus com exageros se tornou “natural” porque a sociedade passa por transições de gerações onde são comuns as ‘interpretações aversivas’ da Bíblia, consideradas pelos evangélicos como heresia e apostasia.

“A Bíblia, teologicamente, chama isso de apostasia. A heresia não é eu errar por não saber, é eu discordar do ponto de vista que eu defendia, isso de forma premeditada. Isso é natural porque a cada milênio, a cada século, a cada tempo da civilização surgem fenômenos sociais de interpretações aversivas, às vezes agressivas como nós estamos vivendo. O Brasil está passando também por esse momento”, declarou Jecer Goes.

Na opinião do pastor, a ‘cultura’ brasileira é responsável, por exemplo, por desvirtuar o conceito cristão de família. “Eu posso dizer que a cultura brasileira está herética, está apóstata, porque ela está fugindo dos parâmetros da constituição familiar religiosa, judicial e jurídica”, falou ele.

Foto: Reprodução / Estadão

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução / Estadão)

Bolsonaro e os evangélicos

Pastor Jecer Goes diz ser contra transformar igrejas em ‘palanques’ políticos, mas ele justifica que os evangélicos ‘penderam’ para o bolsonarismo porque Bolsonaro “falou a linguagem” deles.

“A igreja não pode ser transformada em comitê, o altar não pode ser transformado em palanque. Agora, nós não votamos? Nós não pagamos impostos? Antes de Bolsonaro, nosso voto não era importante?”, ponderou o pastor.

“O outro candidato”

Por outro lado, enquanto Bolsonaro ‘fala a linguagem dos evangélicos’, pastor Jecer Goes entende que “o outro candidato” representa as minorias. “Por que a igreja evangélica pendeu para Bolsonaro? Porque ele falou a linguagem dos evangélicos, como o outro candidato fala a linguagem das minorias”, disse ele.

Contudo, o pastor afirma que os evangélicos não discordam das minorias, mas fazem outra leitura que não está sendo aceita. “Eu mesmo tenho, nos meus trabalhos de psicólogo, vários homossexuais, eu tenho na igreja sede pessoas que eram homossexuais”, declara.

“Exagero de alguns”

Por fim, Jecer Goes observa que alguns evangélicos exageraram em meio à tensão política, mas a culpa acaba sendo colocada em todos. “Houve um exagero de alguns. Mas o que aconteceu no Brasil? Culturalmente colocaram essa pecha em todo mundo. Eu não fiz da igreja um palanque, eu não discursei a favor de ninguém, porque o voto é secreto. Mas nós estamos vivendo o momento de um fenômeno social muito complicado, que é o bisbilhotamento, que é a exposição das pessoas nas mídias, e é um fenõmeno novo que está surgindo no mundo e nós ainda não estamos adaptados a lidar com esse fenômeno”.

DIÁRIO DO SERTÃO

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