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VÍDEO: Repórter se fantasia de ‘careta’ a cai na dança em Cajazeiras; tradição antecede a malhação do Judas

Esse é um costume antigo da 'Semana Santa', em que jovens de bairros mais carentes saem às ruas caracterizados para pedir contribuições em forma de alimentos ou dinheiro

Por Jocivan Pinheiro

05/04/2023 às 16h05 • atualizado em 05/04/2023 às 16h24

Nesta quarta-feira (05), o repórter Elmo Lacerda entrou no clima de uma das mais antigas tradições folclóricas da Paraíba e saiu às ruas como um ‘careta’.

Esse é um costume antigo da ‘Semana Santa’, em que jovens de bairros carentes saem caracterizados para pedir contribuições em forma de alimentos.

Geralmente os caretas usam máscaras assustadoras e a fantasia é feita de palha de bananeira e trapos de pano. Eles também emitem um timbre de voz rouca para assustar as crianças. Mas a intenção principal mesmo é obter doações.

Malhação do Judas

Os caretas também ‘anunciam’ outro ritual folclórico desta época: a malhação do Judas. Esta brincadeira geralmente feita no ‘Sábado de Aleluia’, que antecede o Domingo de Páscoa, faz alusão ao apóstolo Judas Iscariotes, relatado na Bíblia como o traidor de Cristo. Na malhação do Judas, um boneco é pendurado em praça pública para ser ‘surrado’ e às vezes até queimado.

Uma das principais palhações de Judas acontece em frente ao Bar do Jesus, do proprietário José Jesus, que organiza a brincadeira há 24 anos na Zona Norte de Cajazeiras. A malhão ocorre na próxima sexta, a partir das 19h.

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‘Caretas’ nas ruas de Cajazeiras (Foto: Victor Batista/TVDS)

Raízes históricas

Há diversas hipóteses para o surgimento do ritual de malhar o Judas. Uma delas é que tenha origem nas religiões pagãs, a partir de cultos agrários e festas da colheita. Durante essas ocasiões, o boneco representava uma divindade da vegetação e, por meio do fogo, haveria uma renovação da vida vegetal e garantia de boas colheitas. No Brasil, a malhação do Judas foi trazida pelos Portugueses e, através do sincretismo religioso, se tornou uma referência à traição de Judas.

DIÁRIO DO SERTÃO

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