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VÍDEO: Governo Federal diz é fake news boatos de redução de água no açude de Boqueirão, em Cajazeiras

O engenheiro Fernando Figueiredo comentou a respeito do caso e esclareceu que é válido analisar os vídeos dos moradores, mas enfatiza que tecnicamente, o que vale são os dados oficiais do MIDR

Por Luiz Adriano

04/09/2025 às 19h50

Durante participação no programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, nesta quinta-feira (4), o engenheiro Fernando Figueiredo comentou os rumores que circularam nas redes sociais sobre a suposta redução repentina da água do Açude Engenheiro Avidos, no distrito de Boqueirão, em Cajazeiras, após a liberação de vazão para o Rio Grande do Norte.

O engenheiro reforçou a importância de se basear nos dados técnicos oficiais.

“É como quando o IBGE afirma que uma cidade tem 100 mil habitantes e eu, no dia a dia, acho que tem 50 mil. Qual dado devemos usar? O do IBGE. Eu vi os vídeos que circulam nas redes sociais dizendo que Boqueirão está secando, mas o que vale são os números do ministério”, explicou.

Segundo Figueiredo, a função da água da transposição não é esvaziar nem encher reservatórios, mas sim integrar o abastecimento entre estados e regiões.

“A água que vem da transposição não é para secar reservatório nem para encher, é para integrar. Ela vai passar. O dado oficial mostra que a quantidade que entra em Boqueirão é a mesma que sai. Se houver diferença, cabe aguardar os relatórios dos órgãos federais”, destacou.

O engenheiro também ressaltou o papel dos profissionais que monitoram os reservatórios.

“O vídeo da comunidade local é importante para percebermos a visão de quem está no dia a dia, mas os dados que precisamos usar são os oficiais, produzidos por técnicos federais concursados. Não é o ministro nem o governo quem gera esses dados, são os especialistas que fazem o monitoramento” concluiu.

O que diz o Governo Federal

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) divulgou um vídeo classificando as postagens como fake news. De acordo com o órgão, a água que segue para o RN passa pelo Engenheiro Avidos, mas a quantidade liberada é a mesma que entra no reservatório. Atualmente, a vazão é de 8 m³/s, o que significa que a transposição não está retirando mais água do que coloca.

A redução no nível do açude, segundo o governo, ocorre porque parte da água também está sendo liberada para o Açude São Gonçalo, em Sousa, decisão tomada pelo Comitê de Alocação de Água em conjunto com a Agência Nacional de Águas (ANA).

Segundo os dados oficiais, de Engenheiro Avidos saem 10,5 m³/s:

  • 7 m³/s seguem para São Gonçalo (Sousa);
  • 3,5 m³/s permanecem em Boqueirão.

O ministério ressaltou ainda que a distribuição da água continua sendo feita de forma responsável.

Chegada das águas definitas no Rio Grande do Norte

As águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) ultrapassaram a divisa da Paraíba e chegaram ao Rio Grande do Norte no último dia 14 de agosto pela primeira vez de forma regulamentada, para beneficiar milhares de pessoas.

O percurso de aproximadamente 412 km até o território potiguar foi tecnicamente planejado e envolve a passagem por diversos pontos de controle.

A água que foi captada na Estação de Bombeamento EBI-1, no município de Cabrobó (PE), saiu da Estação de Controle Caiçara, na Paraíba, com uma vazão inicial de 10 mil litros por segundo (10 m³/s). De sua origem até esse ponto, foram 239 km percorridos nas estruturas do Eixo Norte do Programa de Integração do Rio São Francisco (PISF). Após sair da estação, foram mais 21 km até o Túnel Engenheiro Avidos (PB), que liberou com vazão total de 12,5 m³/s, dos quais 10 m³/s foram destinados ao Rio Grande do Norte.

Em seguida, as águas alcançaram o Túnel São Gonçalo, em Sousa (PB), trajeto que tem aproximadamente 25 km. A chegada à divisa entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte aconteceu no dia 14 de agosto, com uma vazão combinada de 13,0 m³/s, sendo 8,0 m³/s provenientes do Projeto de Integração e 5,0 m³/s da vazão natural do rio Piranhas-Açu. Essa água irá abastecer as barragens de Oiticica, localizada no município de Jucurutu, e Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do Rio Grande do Norte, localizado na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, nos municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu.

Ao longo de aproximadamente 132 dias de operação, o volume total de água previsto para ser entregue ao Rio Grande do Norte é de 46,3 milhões de metros cúbicos (hm³), com uma vazão média de 4,06 m³/s.

DIÁRIO DO SERTÃO

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