VÍDEO: Engenheiro explica que liberação de água da Transposição para o RN não afetará reservatórios do Sertão
O profissional falou que algumas pessoas lhe procuraram com dúvidas se os açudes de Boqueirão de Piranhas e São Gonçalo seriam prejudicados após a liberação das águas para o Estado Potiguar
Em sua participação nesta terça-feira (26) na coluna Diário de Obras, do programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, o engenheiro civil Fernando Figueiredo explicou em relação às manobras de liberação de água do Rio São Francisco para o estado do Rio Grande do Norte, e disse que o procedimento não afeta os reservatórios do Sertão da Paraíba.
Ele falou que recentemente houve interrogações da população e algumas pessoas lhe procuraram com dúvidas se os açudes de Boqueirão de Piranhas e São Gonçalo seriam prejudicados, se iriam secar após a liberação das águas para o Estado Potiguar.
Com uma reposta técnica, Fernando disse que o próprio nome da Transposição traz o total desfecho para a explicação. Segundo ele, o significado de Transposição implica em Projeto de Integração do Rio São Francisco às Bacias Hidrográficas do Nordestes Setentrional. Setentrional, conforme o engenheiro, refere-se ao Norte do Nordeste, isto é, o projeto inicial é justamente integralizar as bacias hidrográficas do Sertão – (os rios).
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“Faz total sentido ir para o Rio Grande do Norte. Não foi uma Transposição para o Açude de Engenheiro Avidos, não foi uma Transposição para o Açude de São Gonçalo, foi uma Transposição de integração das bacias”, destacou Fernando ao apontar que o objetivo é tornar rios que antes secavam em períodos de seca, perenes.
Detalhamento das bacias – O profissional de Engenharia detalhou como a água transcorreu pelas bacias até chegar ao Eixo Norte, no Sertão da Paraíba.
“O que faz a divisão entre Paraíba e Pernambuco é uma elevação. Perto de Campina Grande é a que divide o Rio São Francisco do Rio Paraíba, então para Pernambuco tem a elevação, para Pernambuco é o Rio São Francisco, para a Paraíba é o Rio Paraíba. Na Serra de Teixeira, a bacia do lado de Pernambuco é a bacia do Rio São Francisco, a bacia do lado da Paraíba são duas, a bacia do Rio Piranhas e a bacia do Rio Piancó. Então, a integração é integralizar essas bacias, juntar essas bacias”, ressaltou.
Chegada das águas definitas no Rio Grande do Norte
As águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) ultrapassaram a divisa da Paraíba e chegaram ao Rio Grande do Norte no último dia 14 deste mês pela primeira vez de forma regulamentada, para beneficiar milhares de pessoas.
O percurso de aproximadamente 412 km até o território potiguar foi tecnicamente planejado e envolve a passagem por diversos pontos de controle.

Águas do PISF ultrapassaram a divisa da Paraíba e chegaram ao Rio Grande do Norte no último dia 14 de agosto – Foto: Divulgação/MIDR
A água que foi captada na Estação de Bombeamento EBI-1, no município de Cabrobó (PE), saiu da Estação de Controle Caiçara, na Paraíba, com uma vazão inicial de 10 mil litros por segundo (10 m³/s). De sua origem até esse ponto, foram 239 km percorridos nas estruturas do Eixo Norte do Programa de Integração do Rio São Francisco (PISF). Após sair da estação, foram mais 21 km até o Túnel Engenheiro Avidos (PB), que liberou com vazão total de 12,5 m³/s, dos quais 10 m³/s foram destinados ao Rio Grande do Norte.
Em seguida, as águas alcançaram o Túnel São Gonçalo, em Sousa (PB), trajeto que tem aproximadamente 25 km. A chegada à divisa entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte aconteceu no dia 14 de agosto, com uma vazão combinada de 13,0 m³/s, sendo 8,0 m³/s provenientes do Projeto de Integração e 5,0 m³/s da vazão natural do rio Piranhas-Açu. Essa água irá abastecer as barragens de Oiticica, localizada no município de Jucurutu, e Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do Rio Grande do Norte, localizado na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, nos municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu.
Ao longo de aproximadamente 132 dias de operação, o volume total de água previsto para ser entregue ao Rio Grande do Norte é de 46,3 milhões de metros cúbicos (hm³), com uma vazão média de 4,06 m³/s. O mês de agosto será considerado um período de testes, durante o qual poderão ser feitos ajustes na operação, conforme o comportamento do sistema hídrico.
DIÁRIO DO SERTÃO
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