Apicultura e agricultura familiar se destacam durante Jornada de Inclusão Produtiva na região de Cajazeiras
O prefeito Airton Pires destacou que a Emater de São João do Rio do Peixe é uma das mais atuantes da região no atendimento aos agricultores.
As ações e projetos de apoio do Governo do Estado para atividade de apicultura associada à agricultura familiar foram os destaques durante a 3ª Jornada de Inclusão Produtiva de São João do Rio do Peixe, promovida pela Emater.
Os participantes conheceram o projeto Casa do Mel – que apoia os apicultores – e a experiência de sucesso do agricultor familiar Antônio Dias, do Sítio Umarí, que tem na produção de jerimum sua principal atividade.
A jornada foi organizada pelos escritórios local e regional da Emater de Cajazeiras, com o apoio da Prefeitura Municipal e se realizou juntamente com a 4ª Jornada Cultural de São João do Rio do Peixe, promovida pela regional da Secretaria de Educação do Estado. Foi uma oportunidade para que estudantes da rede estadual de ensino conhecessem as atividades agrícolas de sua região.
Na abertura do evento, o presidente da Emater Paraíba, Geovanni Medeiros, elogiou a parceria entre os órgãos e destacou a realização conjunta dos eventos, facilitando a conscientização dos jovens para a importância de se trabalhar com produtos agroecológicos, por exemplo.
O prefeito Airton Pires destacou que a Emater de São João do Rio do Peixe é uma das mais atuantes da região no atendimento aos agricultores. “As dificuldades são grandes, mas a Emater tem contribuído bastante em busca do fortalecimento da agricultura familiar sustentável do nosso município”, comentou.
Para o secretário da Agricultura do município, Francisco Fernandes Dantas, a parceria firmada entre a prefeitura municipal e a Emater Paraíba, há poucos dias, permitirá a continuidade do trabalho de inclusão produtiva e o desenvolvimento sustentável. Um funcionário do município foi cedido à Emater para auxiliar na elaboração de projetos e na elaboração de laudos técnicos, além de dar suporte ao trabalho de Defesa Agropecuária nas campanhas de vacinação dos rebanhos (o município tem 17 mil animais).
Junto com a Emater Paraíba, a prefeitura está cadastrando também agricultores para a compra de milho subsidiado da Conab, e 492 produtores já estão aptos ao benefício. Também no município há 1,5 mil agricultores atendidos pelo seguro Garanti Safra, que dá suporte nos casos de perda da lavoura. “Neste mês faremos os laudos de vistoria para constatar o índice de perda das lavouras, que deve ser alto devido à estiagem”, afirmou Francisco Dantas.
Apicultura
Para o engenheiro agrônomo da Emater de São João do Rio do Peixe, Tomé da Guerra Filho, que assessora os agricultores familiares apicultores, a apicultura é uma atividade indispensável em período de inverno irregular, como tem sido no momento. “Neste ano, as culturas de base familiar foram praticamente perdidas por conta da carência de chuva na época da floração. Enquanto isso, os agricultores que trabalham com apicultura tiveram uma boa renda com a venda de mel de abelha”, disse.
De acordo com Tomé, as primeiras chuvas ocorridas entre o final de dezembro e início de janeiro, embora sem regularidade, foram suficientes para a floração do marmeleiro. Essa é uma vegetação básica para o cultivo de mel, pela rapidez da sua floração. Essas chuvas fizeram com que os produtores tivessem uma produção em torno de 20 quilos de mel por colméia/safra. A média de colmeias por agricultor é 30.
Segundo ele, numa produção normal com inverno regular, a produção seria de 30 quilos por colméia/safra. A produção deste ano na região – de 12 toneladas – é comercializada nas cidades vizinhas. Tomé acha que a organização da produção é o maior problema enfrentado e que isso será resolvido com a união das associações rurais de apicultores e cooperativas para consolidar a cadeia produtiva.
Jerimum
O agricultor familiar Antônio Dias, do Sítio Umarí, conhecido como Antônio do Jerimum, esteve presente na Jornada. Para os que visitavam seu estande, ele repetia sua história de sucesso creditada em grande parte ao assessoramento da Emater Paraíba.
Lembrou que no ano passado, usando irrigação com energia do Programa Tarifa Verde e água de um poço amazonas, cultivou parte dos dois hectares no plantio de jerimum, que foi comercializado para o consumo de animais durante o período de estiagem. Já está preparando o terreno para fazer novo plantio a partir de julho, de modo que possa colher a produção entre outubro e novembro, justamente quando começa a escassear a ração animal.
No sítio, seguindo orientação do extensionista, vem cultivando outras culturas além do jerimum, sua principal atividade. “Gosto muito de plantar jerimum”, disse. Hoje nas suas terras já planta milho, feijão, mamão, hortaliças, maracujá e banana, esta última usando o sistema de irrigação, tendo colhida a primeira safra.
“A Emater é tudo. Foi através de seus projetos que hoje posso dizer que tenho uma vida digna. Comecei do zero. Meu terreno não tinha nada, nem energia, nem água. São sabia a quem recorrer. Então fui à Emater, que me orientou”, disse.
Com 66 anos, Antônio do Jerimum disse que somente nos últimos anos conseguiu o sustento adequado da família. Hoje sua renda fica em torno de R$ 2 mil, que deve aumentar porque está se preparando para se tornar fornecedor do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Da secom
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