VÍDEO: Com mais de 100 anos, Reisado Zé de Moura se mantém vivo como pilar da cultura no Sertão Paraibano

No coração do sertão da Paraíba, a cidade de Poço de José de Moura mantém viva uma das tradições mais emblemáticas do Nordeste brasileiro: o Reisado Zé de Moura.

Fundado há mais de 100 anos pelo místico e curandeiro José Alves de Moura, o grupo transcendeu a religiosidade para se tornar o principal símbolo da identidade cultural da região.

A manifestação revive anualmente a “Folia de Reis” em um espetáculo de cores e sons, personagens como o Rei, os Galantes, as Damas, a Burrinha, o Boi e o temido Jaraguá percorrem as ruas e visitam residências, mantendo um rito que simboliza a jornada dos Reis Magos.

Nossa reportagem conversou com o mestre José Vandervan, que falou sobre o orgulho que a cidade tem de manter viva a tradição que permeia por gerações.

“É uma grande alegria nossa, porque saber que a nossa terra — terra da cultura, Poço de José de Moura — tem valor à cultura. A gente dá esse título a nós mesmos porque a gente dá valor àquilo que nós pegamos e dizemos assim: ‘Aqui é nosso’. É um patrimônio nosso, não podemos deixar morrer; temos orgulho de brincar o nosso reisado”, disse o mestre.

Reisado de Zé de Moura (Foto: Reprodução/ Diário do Sertão)

O Reisado não apenas preserva a dança, mas também a música regional, utilizando instrumentos como sanfona, zabumba, triângulo e pandeiro. O movimento ganhou novo fôlego em 1988, quando José Braz Torres, sobrinho do fundador, liderou um resgate histórico que profissionalizou as apresentações e incluiu mulheres no grupo, garantindo a renovação geracional.

Hoje, o grupo é reconhecido internacionalmente, tendo representado o estado em grandes eventos como o Festival do Folclore de Olímpia (SP). Para a comunidade local, o Reisado Zé de Moura é mais que um grupo de dança; é o elo que conecta o passado místico do fundador ao futuro dos jovens poçomourenses, provando que a cultura popular é a alma que sustenta o povo sertanejo.

DIÁRIO DO SERTÃO

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