VÍDEO: Agricultores de Boqueirão criticam vazão de liberação da água e alertam para situação de calamidade
Agricultores ribeirinhos que dependem da água do Açude Engenheiro Avidos para o sustento de suas famílias relataram que a situação é crítica e fizeram mais um clamor para as autoridades durante audiência na Câmara de Cajazeiras
Agricultores ribeirinhos que dependem da água do Açude Engenheiro Avidos (Boqueirão de Piranhas) para o sustento de suas famílias relataram que a situação é crítica e fizeram mais um clamor para as autoridades nesta terça-feira (23), durante audiência pública realizada pela Câmara de Cajazeiras, em parceria com a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).
Everaldo dos Santos, morador do sítio Frade, tenta manter o cultivo às margens do manancial e coletar água para consumo humano e animal, mas, segundo ele, a escassez está provocando uma situação de calamidade entre os moradores.
Everaldo culpa a forma como a distribuição da água de Boqueirão para outros açudes e rios está sendo feita através do projeto de transposição. Segundo ele, o açude tem uma vazão de saída maior do que a quantidade que recebe.
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“A gente pensava que quando essa transposição chegasse, ia nivelar as bacias para a água que entrar, passar sem prejudicar as bacias. Mas, no caso, não. Boqueirão não pode receber as águas do São Francisco. Estão tirando a água de Boqueirão para São Gonçalo e não estão repondo”, disse o produtor.
Everaldo relata que a liberação das águas de Boqueirão tem prejudicado ribeirinhos de duas maneiras: os que residem no Distrito de Boqueirão sofrem com escassez; e os que cultivam nas regiões mais baixas, às margens dos rios, estão tendo suas plantações destruídas pela água.
Algumas sugestões foram levantadas na audiência, como, por exemplo, manter uma reserva mínima de 120 milhões de metros cúbicos de água em Boqueirão e transferir água que estaria ‘sobrando’ no Ceará por meio de ramais da transposição.
O músico e poeta Chico Xavier, que também reside do sítio Frade, afirma que mais de 2 mil famílias estão passando por uma situação de calamidade.
“Pessoas estão derramando lágrimas correndo atrás de água, perdendo animais atolados, coisas que a gente não viu a 30 anos atrás. Nem com o volume morto o açude chegou nessa situação. Depois de tantas reivindicações, de tanto clamor, de pedir apoio das autoridades, eles se acostaram a nós. Esperamos que essa audiência pública traga proveito para todos nós”.
DIÁRIO DO SERTÃO
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