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O ex-prefeito de Sousa João Estrela fala sobre resultados e boatos das eleições 2010

O ex-prefeito da cidade de Sousa e candidato a deputado federal nas eleições deste ano, João Marques Estrela e Silva (PDT), em entrevista ao “Diário do Sertão, fez um balanço de sua campanha e do pleito 2010. João Estrela desmentiu os boatos de que teria entrado na campanha para atrapalhar a candidatura do deputado Leonardo […]

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26/10/2010 às 17h25

O ex-prefeito da cidade de Sousa e candidato a deputado federal nas eleições deste ano, João Marques Estrela e Silva (PDT), em entrevista ao “Diário do Sertão, fez um balanço de sua campanha e do pleito 2010.

João Estrela desmentiu os boatos de que teria entrado na campanha para atrapalhar a candidatura do deputado Leonardo Gadelha (PSC). Ele também agradeceu à população sousense pelo considerável número de votos que obteve nas eleições deste ano.

O ex-gestor sousense esclareceu ainda que o seu tempo de ser candidato a prefeito de Sousa, já passou e que jamais deixará de apoiar à reeleição o atual administrador da cidade, Fábio Tyrone (PTB).

DIÁRIO DO SERTÃO: João Estrela, qual o balanço que o senhor faz das eleições 2010?

João Estrela: Na verdade nós tivemos uma eleição muito difícil e disputada na cidade de Sousa, pois o resultado demonstra isso. Na condição de candidato, graças à Deus eu me sinto bastante satisfeito e compensando pela votação recebida, apesar de ter sido prejudicado por circunstâncias alheias à minha própria vontade, tão logo, a minha candidatura, que sofreu a impugnação do Ministério Público Eleitoral e terminou por consumir quase todo o período destinado à propaganda eleitoral. Com isso nós só tomamos o conhecimento da decisão do Tribunal Superior Eleitoral, deferindo o meu registro em definitivo no dia 27 de setembro, ou seja, há 3 dias antes do término da propaganda eleitoral, o que me limitou muito, não me permitindo trabalhar a campanha propriamente dita, até porque a minha candidatura não foi lançada somente em Sousa, mas para todo o Estado. Dessa forma nós tínhamos imaginado a possibilidade de termos acesso a outros colégios eleitorais do Estado da Paraíba, especialmente de candidatos como do deputado Rômulo Gouveia e através de Cássio, tivemos este entendimento. Com a vinda da impugnação, tudo isso foi impedido praticamente e eu fiquei inibido a ponto de não buscar apoios fora de Sousa, porque como ia chegar a um prefeito, a um vereador ou deputado de outra região e buscar um apoio com a minha candidatura que poderia ser impugnada em definitivo? Apesar dos advogados da parte jurídica do meu caso terem consciência de que poderia ser reconhecido o registro da minha candidatura, sempre fica aquela possibilidade de não conseguir e isso me inibiu completamente, pois me limitei à região de Sousa, praticamente à cidade de Sousa, e somente quando saiu o registro, é que nós procuramos dar uma maior movimentação à campanha, mas já sem muito tempo e considerando que a nível de Sousa, os meus adversários pregavam no palanque que eu não seria candidato e diziam até que a minha candidatura era de brincadeira, o que não foi verdade, pois eu jamais me passaria por uma situação dessas. A minha candidatura foi concedida a nível estadual e o que impediu ela de deslanchar foi essa impugnação que aconteceu. Entretanto o resultado pra mim foi profundamente satisfatório. Fiquei bastante agradecido ao povo de Sousa pela expressiva votação e me sinto bastante vitorioso. Não tive condições financeiras de bancar a minha campanha e até a propaganda eleitoral foi cortesia.

DIÁRIO DO SERTÃO: O que o senhor acha daquela opinião dos que dizem que o senhor só entrou nessa campanha para atrapalhar a candidatura do deputado Leonardo Gadelha?

João Estrela: Isso não tem o menor sentido, porque eu era candidato e Leonardo também e quem quisesse poderia votar com ele, e depois não há lógica no raciocínio de alguém dizer que se eu não fosse candidato, aqueles que votaram comigo, estariam com Leonardo. É uma lógica precipitada e absurda, pois o eleitor que votou comigo, se eu não fosse candidato, poderia votar em qualquer outro candidato, em branco ou nulo, e alguns até poderiam votar com Leonardo. Eu acho que quem andou dizendo isso não foi o próprio Leonardo, foi talvez alguém que talvez estivesse com alguma indigestão, para poder chegar a essa conclusão absurda, até porque eu sou de outro partido. Eu não desejo mal a ninguém, mas longe de mim a idéia de querer ajudar ao meu adversário, da mesma forma que ele não queria me ajudar. Isso é óbvio, e depois se você considerar que Leonardo tirou 73 mil votos, e que o último colocado da coligação dele foi Nilda Gondim com 79 mil, faltaram pra ele mais de 6 mil votos. Será que dos meus 12 a metade iria votar nele? É um raciocínio ilógico, sem o menor sentido.

DIÁRIO DO SERTÃO: O senhor disse que fez a campanha praticamente sem sair do escritório, concentrada aqui na cidade de Sousa. O senhor alcançou mais de doze mil votos, foi surpresa, ou esperava essa quantidade?

João Estrela: A nossa coligação realizou uma campanha de forma unida, pois eu, o deputado Lindolfo Pires, o prefeito Fábio Tyrone, Tonquinho Figueiredo, os nossos vereadores e as lideranças políticas, enfim, os nossos amigos estão em um só lugar. Claro que a nossa expectativa era essa mesmo, pois não fomos surpreendidos com este número de votos. Pelo contrário, esperávamos mais. Eu disse que fiz uma campanha limitada e nós partimos unidos, não havia divergências, diferentemente da outra coligação que dividiu-se em dois ou três núcleos políticos. De nossa parte não foi uma candidatura só, deixamos a critério de cada eleitor o candidato a presidente da República.

DIÁRIO DO SERTÃO: João Estrela, o fato do senhor e de Lindolfo Pires terem tirado menos votos que Leonardo e André Gadelha no município de Sousa, não significaram uma frustração para o bloco da situação do governo municipal na cidade?

João Estrela: Cada eleição é um momento da política, da cidade e da comunidade e nós estamos acostumados com isso, pois eu já ganhei e perdi muitas eleições. O fato de um candidato tirar mais votos que outro é bom, mas o fato de Leonardo ter tirado 207 votos a mais do que eu em Sousa, não me diminuiu ou atingiu de maneira alguma. Há dez anos eu não estava nas urnas. Já Leonardo é um deputado estadual e foi secretário do Estado. Tivemos muito aliados que votaram em outros candidatos na nossa legenda, mas tivemos muito segmentos e amigos que votaram na nossa coligação. Não podemos identificar isso como uma derrota política, muito pelo contrário, todos nós estamos profundamente satisfeitos, até porque a chapa majoritária foi vitoriosa.

DIÁRIO DO SERTÃO: No ano de 94, quando o senhor foi candidato, obteve a mesma quantidade de votos. Na sua opinião, pelo fato de Fábio Tyrone estar do seu lado, não representou um fato negativo, já que estava com o prefeito da cidade e não obteve uma quantidade superior de votos?

João Estrela: Não. Eu fui candidato a deputado em 94 e me elegi praticamente com os votos de Sousa, mas cada eleição é um momento da política e da comunidade. A presença e o trabalho do prefeito Tyrone e de toda a nossa coligação me ajudou e muito. Eu não posso deixar de reconhecer este fato. Não há semelhança entre 2004 e 2010, pois são situações completamente diferentes. A presença de Tyrone foi de fundamental importância e sem ele não teríamos chegado a tantos votos.

DIÁRIO DO SERTÃO: João Estrela, com relação à votação que o senhor obteve, e com a recente decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) liberando o senhor para disputar as próximas eleições, a menos que esteja condenado por um colegiado em outros recursos e processos que estão tramitando contra a sua pessoa. Pode-se dizer que João Estrela ganhou fôlego para uma futura candidatura para a próxima eleição, ou seja, o prefeito Tyrone criou uma “cobra” para picá-lo no futuro?

João Estrela: Não. Eu já não tenho mais esse veneno e mesmo que eu o tivesse, jamais o expeliria para quem quer que seja, especialmente para um aliado. O candidato natural à reeleição em Sousa é o prefeito Fábio Tyrone, e vai contar com o meu apoio, da mesma forma que tive o seu. Eu não tenho pretensões maiores, já estive na prefeitura por três mandatos e já me dou por satisfeito com isso. Sou um aliado desta aliança, e o meu maior desejo é que esta união se mantenha e que seja reforçada com outras pessoas e lideranças. Nossa campanha foi totalmente organizada limpa e na paz. Saímos fortalecidos e continuaremos juntos nas eleições futuras. Tyrone está se saindo muito bem na administração com aceitação superior a 80% na opinião pública.

DIÁRIO DO SERTÃO: Com relação à administração do prefeito Fábio Tyrone, baseado em denúncias que emissoras de rádio de Sousa tem recebido, tomamos conhecimento que o gestor tem usado maneiras um pouco incomuns para assegurar votos para o seu candidato ao governo. Informações dão conta que ele tem coagido funcionários para exigir que eles votem no seu candidato da chapa majoritária. O senhor considera isso correto? Como vê essa maneira de atuar do prefeito Fábio Tyrone?

João Estrela: Eu estou ouvindo isso pela primeira vez. Eu conheço o prefeito Fábio Tyrone há algum tempo e nunca ouvi em registro de quem quer que seja, nem dos piores adversários dele, afirmarem que o prefeito teria coagido algum funcionário. Não tenho conhecimento dessas denúncias, pois alguém pode denunciar de forma anônima e há pessoas que adoram, outras odeiam, e a política tem o famoso relacionamento do amor e ódio. O prefeito jamais seria capaz de uma coisa dessas e ele tem conhecimento, como eu sei muito bem disso. Esse negócio de votar forçado não funciona, o voto é livre, pois o eleitor chega na urna e vota em quem bem entender.

DIÁRIO DO SERTÃO: Já que o senhor não pretende mais ser candidato, já está preparando a sua filha para entrar nos próximos embates políticos na cidade de Sousa?

João Estrela: Pela minha vivência na política, com 28 anos de atuação, desde 1982, você pode planejar o seu futuro, a sua expectativa e o seu desejo, mas a presença de Joana como vice-prefeita foi uma circunstância de 2008. Ela tem se conduzido com equilíbrio na função que exerce como vice-prefeita e secretária do município, mas o fato de ser candidata amanhã ou depois, depende exatamente de entendimento, não depende da minha vontade ou da vontade dela. Depende desse entendimento dessa aliança, porque o que eu mais luto e defendo é a manutenção da união dessa aliança. Se nós conseguirmos continuar unidos, sem qualquer discórdia, conseguiremos concerteza novas e grandes vitórias no futuro. Vamos crescer e prosperar politicamente, mas o que vai ser amanhã, só Deus sabe.

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