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Está confirmado demissão de Alcides Antunes do Fluminense

Presidente anuncia a saída do vice de futebol e antecipação de mudança política. Ele assume responsabilidade por possível fracasso no clássico

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12/03/2011 às 21h22

Alcides Antunes não é mais o vice-presidente de futebol do Fluminense. Depois de ficar à frente do cargo desde janeiro de 2010, culminando com o título do Campeonato Brasileiro, ele foi demitido. O presidente Peter Siemsen fez o anúncio neste sábado, nas Laranjeiras, depois de dias de rumores sobre a permanência ou não de Alcides no cargo. Ele retornou de viagem de Búzios e convocou com urgência a entrevista coletiva, embora já tivesse tomado a decisão desde quinta-feira.

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Siemsen: Precisamos contratar um gerente
executivo (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)

A saída de Alcides Antunes acontece na véspera do clássico contra o Flamengo, pela terceira rodada da Taça Rio (no Engenhão, às 18h30m). O ex-vice de futebol sempre enfrentou resistência do grupo político que apoia Siemsen, embora contasse com o apoio de Celso Barros, presidente da patrocinadora do clube, de parte do elenco tricolor, além de sempre ser elogiado pelo técnico Muricy Ramalho.

O próprio mandatário nunca escondeu que Alcides não era o preferido. Mas foi convencido a deixá-lo no cargo por Celso Barros. Depois de eleito, Siemsen cogitou a possibilidade de manter Alcides e contratar um gerente de futebol. Porém, não encontrou no mercado um nome forte para a função. Sua ideia era ter no vice de futebol – cargo estatutário, portanto impossível de ser extinto – uma figura com pouca ou nenhuma interferência no futebol do clube.

O anúncio foi feito na sala de imprensa do clube, mas o que menos havia no local eram jornalistas. Muitos sócios e beneméritos lotaram o ambiente. Enquanto o presidente já falava, um deles chegou a dar socos na porta de vidro que havia sido trancada.

– Eu vinha evitando a participação direta no futebol porque o menor dos problemas do clube era esse. Assumi pouco antes de o time ter sido campeão brasileiro, e com o melhor técnico do Brasil. Tudo o que dependia da presidência, eu fiz. Atendi a tudo o que o futebol me pediu. Temos um Fla-Flu no domingo, e daqui a uma semana e meia vamos jogar nossa vida na Libertadores. Por causa desta continuidade de crise, de informações distorcidas, achei que era o momento de participar mais do futebol. As crises foram criadas, nunca existiram. Vou antecipar a mudança na política do futebol. Teremos um gerente remunerado e um vice que não será remunerado, que é uma função estratégica. Não vou apresentar nomes do futebol ainda, no decorrer da próxima semana eles serão divulgados – afirmou Siemsen.

Presidente diz ter boa relação com Muricy

O presidente garantiu que nunca teve problema com Muricy Ramalho e, assim como o comandante do time, também gostaria que o futebol tivesse uma estrutura mais apropriada. Disse que lamentaria muito se Muricy resolver não continuar no Fluminense por causa da saída de Alcides.

"O Fluminense passou a ser objeto de crises que nunca existiram. Disseram que eu tenho problema com o Muricy. Conversei poucas vezes com ele, mas sempre para dar apoio, inclusive sobre centro de treinamento", Peter Siemsen.

– O Fluminense passou a ser objeto de crises que nunca existiram. Disseram que eu tenho problema com o Muricy. Conversei poucas vezes com ele, mas sempre para dar apoio, inclusive sobre centro de treinamento. Sou grande fã do Muricy como técnico e pessoa. Gostaria que ele ficasse e fosse campeão mais vezes. Nossas demandas são as mesmas. Se ele se sentir incomodado com alguma coisa, se achar que não é bom ficar no Fluminense, vou lamentar muito.

Muricy Ramalho não esconde a sua insatisfação com a estrutura do Fluminense – nesta sexta-feira, por exemplo, disse que o campo onde o time treina é ruim. Mas nunca teve problemas com a política tricolor, tanto é que no ano passado manteve um treinamento nas Laranjeiras no dia da eleição. E já afirmou que o Fluminense é um lugar bom de se trabalhar porque só há uma pessoa trabalhando diretamente com ele. Até então, essa pessoa era Alcides Antunes.

Siemsen avisou que conversará neste sábado com Muricy e os jogadores, na concentração, para anunciar suas medidas e pedir que os jogadores se dediquem ao máximo no Fla-Flu.

– Sei que tem o Fla-Flu neste domingo. Vou conversar com todos, comissão técnica e jogadores. Espero dedicação máxima, temos que cumprir com todas as nossas obrigações. É um jogo muito importante, que todo tricolor está sempre concentrado. Esperamos uma vitória. Se não tiver, a responsabilidade é toda minha. Eu sou o comandante, tenho que tomar este risco. Ninguém mais deve ser atacado.

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Alcides Antunes estava no cargo desde janeiro de
2010 (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)

Alcides Antunes assumiu o futebol no fim de janeiro de 2010, no lugar de Ricardo Tenório, que deixou o cargo por conta da relação desgastada com jogadores, comissão técnica e membros da diretoria. Na ocasião, Cuca era o técnico. O dirigente já havia exercido a função de assessor da vice-presidência desde a gestão de Tote Menezes, antecessor de Tenório. Esta não foi a sua primeira passagem pelo clube: em 1994 e 95, Alcides também foi vice de futebol, participando do título carioca de 1995 contra o Flamengo de Romário.

Siemsen reconheceu a importância de Alcides no título brasileiro de 2010, mas disse que o modelo atual ficou ultrapassado. Ele afirmou que, em princípio, apenas o vice de futebol deixará o cargo.

– Não acho que ele era culpado. Eu assumo a culpa. Preferi acreditar. Acho que falta o algo mais, existe um esgotamento. Alcides faz bem o modelo atual, não tenho nada contra ele, mas chegamos ao esgotamento. Vamos colocar um modelo que, acreditamos, vai fazer o Fluminense crescer. Ninguém mais sai com o Alcides, a não ser que queira.

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