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Torcida apedreja ônibus, Ronaldo critica "vândalos" e promete "volta por cima"

A revolta da torcida do Corinthians pela eliminação precoce na pré-Libertadores teve mais um capítulo violento na manhã deste sábado. Mais de 200 torcedores alvinegros, a maioria deles ligados às facções organizadas do clube, estiveram no CT Joaquim Grava e apedrejaram o ônibus da delegação no momento em que o veículo chegava ao local. Os […]

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05/02/2011 às 15h47

A revolta da torcida do Corinthians pela eliminação precoce na pré-Libertadores teve mais um capítulo violento na manhã deste sábado. Mais de 200 torcedores alvinegros, a maioria deles ligados às facções organizadas do clube, estiveram no CT Joaquim Grava e apedrejaram o ônibus da delegação no momento em que o veículo chegava ao local.

Os torcedores entoaram cânticos ofensivos a alguns jogadores da equipe e à diretoria e exibiram faixas e cartazes com ofensas. O alvo principal foi o atacante Ronaldo, que teve sua saída do clube pedida pela torcida: “Ronaldo, c…, fora do Timão!”, gritavam os corintianos.

A Polícia Militar, que fazia plantão em frente ao centro de treinamento do Corinthians desde a queda da equipe na Libertadores, teve de agir e conseguiu a dispersão dos manifestantes jogando bombas de efeito moral nos torcedores.

Membros das duas principais torcidas organizadas do Corinthians já planejavam os protestos da manhã deste sábado desde a última sexta-feira. Elas lotaram dois ônibus em direção ao CT do Parque Ecológico, na Zona Leste da capital paulista, e seguiram para o local logo nas primeiras horas do dia. Na sexta-feira, um grupo um pouco menor de torcedores já havia comparecido ao CT para ofender os jogadores.

O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, também foi alvo das manifestações da torcida. "Fora, Andrés" e "Andrés, c…, fora do Timão!" foram alguns gritos ouvidos. Os torcedores decidiram poupar apenas três jogadores do elenco: o goleiro Júlio César, o lateral direito Alessandro e o atacante Jorge Henrique, que tiveram seus nomes gritados em tom de apoio.

Além de Ronaldo, Sanches e do técnico Tite, outro alvo da revolta da torcida corintiana foi o lateral esquerdo Roberto Carlos, também muito xingado. O pentacampeão mundial não participou da partida diante do Deportes Tolima, da Colômbia, na última quarta-feira, alegando não ter se recuperado de uma lesão. Ele já havia sido chamado de "pipoqueiro" pela torcida depois da derrota por 2 a 0 para o time colombiano.

Uma das faixas colocadas pela torcida na grade do CT dizia: "Ronaldo aposentado, o Corinthians não é INSS", "Roberto Carlos cagão" e "Tite burro fora". Além disto, a diretoria também foi alvo da torcida. "500 reais para ver este lixo de futebol?", "Ingresso 50 reais. Futebol 1,99". No momento em que o time entrou em campo para fazer o treinamento, a torcida mandou um recado ao presidente Andrés Sanchez. "Andrés, preste atenção, o Ronaldo não é homem pra jogar no Coringão", gritaram, além de pedir a saída do mandatário e "sua corja".

É nesse clima que o Corinthians tenta juntar os cacos para o clássico deste domingo diante do maior rival, o Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. O time comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari é líder isolado da competição estadual, com 16 pontos, dez a mais que a equipe do Parque São Jorge.

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ESPN

Tão habituado a postar mensagens na rede de microblogs Twitter, o atacante Ronaldo, do Corinthians, estava em silêncio desde a eliminação da equipe na pré-Libertadores. Mas voltou ao mundo virtual neste sábado para disparar críticas contra os torcedores corintianos que apedrejaram o ônibus da delegação na chegada ao CT Joaquim Grava nesta manhã.

“Essa minoria violenta e financiada por terroristas ligados ao clube. E alguns que querem simplesmente transformar uma derrota em uma guerra”, atacou o Fenômeno em uma mensagem postada no início da tarde. “Mas condeno todo tipo de manifestação violenta”, continuou o atacante, acrescentando que “esses vândalos não representam a nação corintiana”.

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Torcedores do Corinthians apedrejaram o ônibus da equipe neste sábado; para Ronaldo, vândalos
Crédito da imagem: Agência Estado

O Fenômeno fez questão de dizer, pelo Twitter, que todos os jogadores estão “muito tristes com essa derrota” e que o grupo do Corinthians vai continuar “a lutar para sair dessa fase ruim”. “Entendemos a frustração da torcida”, escreveu Ronaldo.

O atacante do Corinthians também aproveitou para rechaçar os rumores de que teria decidido antecipar sua aposentadoria dos gramados, embora tenha admitido que essa ideia passou pela cabeça. “Pensei muito nesses últimos dias sobre antecipar minha aposentadoria. Mas não vou dar esse gostinho a esses vândalos e críticos”, postou.

Ronaldo também usou palavras de ordem ao prometer que o Corinthians sairá rapidamente dessa situação difícil. “Daremos a volta por cima mais uma vez, e esses mesmos vândalos, marginais, vão nos aplaudir muito brevemente”, escreveu.

O Fenômeno qualificou como "uma total falta de respeito" o ataque de torcedores a carros que estavam estacionados dentro do centro de treinamento. "Eles não devem saber, mas além de quebrarem os carros dos jogadores, eles quebram os carros de gente humilde que vai trabalhar e que ganha pouco e faz o trabalho com muita paixão", disse Ronaldo.

No desabafo pelo Twitter, o atacante do Corinthians ainda rebateu às críticas de que seria "mercenário" e disse que não recebe "um centavo do clube". "Todo o dinheiro que recebo eu trouxe com o atual patrocinador (…) e ainda o clube recebe muitos milhões desse patrocínio", atacou.

"Jogo por amor e somente por amor, porque realmente e sinceramente não precisava estar passando por tudo isso", finalizou o Fenômeno.

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