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Parreira decide que não trabalhará mais como treinador de futebol

Com oito Copas do Mundo, um título mundial, uma Copa do Brasil e um Brasileiro no currículo, ex-técnico diz que continuará ligado ao futebol.

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22/12/2010 às 19h52

Carlos Alberto Parreira não trabalhará mais como treinador de futebol. Após 43 anos de carreira, iniciada em 1967, na seleção de Gana, o agora ex-técnico decidiu que não exercerá mais esta função, mas quer continuar no futebol.

– Vou continuar ligado ao futebol, mas após pensar ao longo deste ano decidi que não quero mais trabalhar como treinador.

Parreira teve, em 2010, propostas para comandar Flamengo, Corinthians e seleção do Chile e tinha avisado que só pensaria na possibilidade de ser treinador em 2011, mas acabou desistindo deste objetivo.

Currículo
Com oito Copas do Mundo no currículo, sendo seis como técnico (treinou o Kuwait na Espanha, em 1982; os Emirados Árabes na Itália, em 1990; o Brasil nos EUA, em 1994, e na Alemanha, em 2006; a Arábia Saudita na França, em 1998; e a África do Sul, em 2010), uma como observador da Fifa (no Japão e na Coreia do Sul, em 2002) e uma como auxiliar de preparação física (México, em 1970), Parreira construiu um dos currículos mais respeitáveis do futebol.

Foram dois títulos mundiais pela Seleção Brasileira (1970 e 1994), um título brasileiro (1984) e um da Série C (1999), ambos pelo Fluminense, uma Copa do Brasil e um Torneio Rio-São Paulo pelo Corinthians (ambos em 2002). Além disso, treinou o Valência, da Espanha, o Fenerbahçe, da Turquia, e o New York MetroStars, dos EUA.

Clubes
No Brasil, além de Fluminense e Corinthians, Parreira treinou Bragantino (1991), São Paulo (1996), Atlético-MG (1999), Santos (2000) e Internacional (2001). O clube que mais vezes comandou foi justamente o Fluminense, onde trabalhou nos anos de 1975, 1984, 1999, 2000 e 2009.
Copas do Mundo
Em Copas do Mundo, Parreira esteve presente em 22 partidas, com dez vitórias, cinco empates e nove derrotas. Seus times fizeram 29 gols e sofreram 31. Além de dirigir cinco seleções em Mundiais, igualando o recorde do sérvio Bora Milutinovic, Parreira colecionou alguns momentos memoráveis. Ele protagonizou a célebre descida ao campo com a Taça Fifa nas mãos, após o título de 1994, deixando os torcedores ao seu redor tocarem o troféu.

Também teve seus momentos tristes, como quando foi demitido em plena Copa do Mundo, em 1998, quando comandava a Arábia Saudita. Em 2010, comandou a anfitriã África do Sul e conquistou sua primeira vitória em Mundiais comandando uma seleção que não o Brasil (2 a 1 sobre a França). O resultado não evitou que pela primeira vez em Mundiais uma seleção dona da casa fosse eliminada na primeira fase.

Na Seleção Brasileira
Parreira formou, com Zagallo, uma das mais bem sucedidas duplas de trabalho da Seleção Brasileira. Como auxiliar do preparador-físico Admildo Chirol, ajudou na conquista do tricampeonato mundial, no México, em 1970, tendo Zagallo como treinador. Após uma breve passagem pela equipe nacional em 1983, quando foi vice-campeão da Copa América, o treinador voltou 11 anos depois, para conquistar o tetracampeonato, nos EUA, tendo o amigo Zagallo como coordenador-técnico. Na Copa da Alemanha, em 2006, Parreira e Zagallo formaram novamente a parceria que havia dado certo 12 anos antes, mas desta vez o Brasil não teve o mesmo sucesso.

Antes da Copa do Mundo de 1994, Parreira sofreu uma pressão intensa da torcida por conta dos maus resultados nas eliminatórias, quando o Brasil sofreu sua primeira derrota na história da competição, perdendo por 2 a 0 para a Bolívia, em La Paz. A classificação para o Mundial dos EUA só aconteceu após uma vitória consagradora sobre o Uruguai por 2 a 0, no Maracanã, com gols de Romário, a quem Parreira só concordou em chamar após uma intensa campanha da imprensa e dos torcedores em todo o país.

Em 2005, com o "quadrado mágico" formado por Adriano, Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, Parreira conquistou a Copa das Confederações com grandes apresentações (ele também comandou a equipe cheia de reservas que ganhou a Copa América, em 2004). O sucesso não se repetiu na Copa do Mundo da Alemanha, quando o time não conseguiu reeditar as grandes apresentações e foi eliminado pela França de ZIdane por 1 a 0, com Adriano e Ronaldo atuando nitidamente fora de suas melhores condições físicas.

Do G1

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