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Conheça os ganhadores da loteria que perderam tudo

Callie Rogers gastou com casas, carros, roupas de grife, festas, implantes de silicone nos seios e drogas.

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09/12/2010 às 15h58

Cerca de um terço dos ganhadores de loteria vão à falência apenas alguns anos depois de receberem os primeiros milhões, segundo pesquisa realizada nos Estados Unidos. O enriquecimento súbito e a incapacidade de administração do patrimônio muitas vezes levam as pessoas ao descontrole financeiro. Conheça dez sortudos que acabaram com a fortuna que ganharam na loteria em pouco tempo.

Luxo e drogas
A inglesa Callie Rogers, 22 anos, ganhou quase dois milhões de libras (equivalente a R$ 5 milhões) aos 16 anos. Em sete anos, a jovem gastou quase todo o seu dinheiro (restam-lhe menos de R$ 300 mil), viciou-se em drogas e tentou suicídio três vezes.

Callie usou boa parte do prêmio para comprar quatro casas para sua família, carros novos, roupas de grife, para fazer festas e para colocar implantes de silicone nos seios. Quinze dias depois de ganhar na loteria, ela conheceu seu namorado, Nicky Lawson, 29 anos, com quem se casou e teve dois filhos.

Durante o casamento, Callie gastou mais de R$ 680 mil em cocaína. Ela entrou em depressão e tentou cometer suicídio três vezes – a última vez foi no início deste ano, depois de perder a guarda dos filhos. A jovem diz estar determinada a recuperar a custódia das crianças.

Lixeiro
Um inglês que ganhou 9,7 milhões de libras (cerca de R$ 26 milhões) na loteria há oito anos quer voltar ser lixeiro para poder sustentar as duas filhas depois de ter gastado toda a sua fortuna. Michael Carroll, 26 anos, de Norfolk, na Inglaterra, tinha 19 anos quando ganhou o prêmio, em novembro de 2002.

Michael, que gastou sua fortuna em drogas, jogatinas e prostitutas. No auge da vida de milionário, Carroll gastava cerca de R$ 6 mil com cocaína todo dia. Sua mulher o deixou e levou a filha do casal com ela. Na casa que comprou com o prêmio, o britânico costumava dar festas regadas a bebida e sexo, nas quais chegava a dormir com quatro garotas de programa por noite. Em 2004, o gari foi preso por cinco meses por abuso de drogas.

Michael afirma ter sido bastante generoso com amigos e familiares, dando a eles quase metade da fortuna. Para o time de futebol do coração, o Rangers, Carroll doou cerca de R$ 3 milhões.

Sem nada em quatro anos
O maior prêmio já concedido na história pela loteria americana foi de US$ 315 milhões. O ganhador foi Jack Whittaker, em 2002. Jack já tinha uma boa estabilidade financeira trabalhando no ramo da construção civil, mas sua vida deu uma virada ao ganhar o prêmio – para pior.

Jack foi preso por dirigir embriagado e ameaçar o dono de um bar, e começou a perder dinheiro. Gastou mais de US$ 100 mil em um clube de strip-tease, teve US$ 745 mil roubados de seu carro e respondeu por diversos processos por dívidas em jogos de azar. Em um deles Whittaker foi processado ao passar cheques sem fundo para um cassino, no valor de US$ 1,5 milhão, para encobrir suas perdas no jogo.

Sua mulher pediu o divórcio, sua neta e o namorado morreram de overdose, em parte financiada com a mesada de US$ 2,1 mil que ele dava e ela. Sua filha também morreu por causas desconhecidas. Hoje Whittaker está sem dinheiro e sem família. Mas ele também praticou o bem, doando milhões de dólares para associações cristãs de caridade e para a Jack Whittaker Foundantion, uma ONG que ajuda necessitados de West Virginia, estado onde mora.

Doação
A sul-coreana Janite Lee, 52 anos, moradora do Estado americano do Missouri, ganhou US$ 18 milhões em 1993 e começou a abrir a carteira. Doou US$ 1 milhão para a Universidade de Washington, US$ 277 mil para políticos do Partido Democrata, US$ 30 mil para a família de um pastor e ainda grande somas para a igreja e instituições de caridade.

Lee também comprou coisas para si mesma, como carros e casas chiques, além de ser viciada em jogos: chegou a perder US$ 347 mil em cassinos em um ano. Em 2001 ela declarou falência com US$ 700 em duas contas bancárias. Mas, devido à toda sua caridade, Janite Lee teve a oportunidade de jantar com líderes mundiais, entre eles o ex-presidente americano Bill Clinton.

Após prêmio, suicídio
Depois de ganhar US$ 31 milhões em 1997, o pastor americano Billie Bob Harrell, do Texas, teve um fim trágico. Após ganhar o prêmio ele comprou casas e carros, mas também começou a sofrer pressões de desconhecidos para ajudá-los. Generoso, o pastor emprestava dinheiro a todos que pediam, mas poucos pagaram a dívida.

Harrell também doou parte do dinheiro à igreja e a instituições de caridade. Ele acabou indo à falência, perdeu a mulher e, dois anos depois de ganhar o prêmio milionário, acabou cometendo suicídio. Sua família, que não sabe explicar para onde foi grande parte da fortuna, ficou apenas com uma grande dívida em impostos devidos ao governo.

Escolhas erradas
O americano Shefik Tallmadge ganhou US$ 6,7 milhões com um bilhete comprado com sua última nota de US$ 5 na loteria do Arizona em 1988. Ele mudou de emprego, conseguiu um diploma de cientista político, se casou e se mudou para a Califórnia. Após passar anos viajando pela Ásia e África e comprar carros esportivos e imóveis, Tallmadge se interessou pelo ramo de combustíveis. Chegou a ser dono de quatro postos de gasolina, mas suas escolhas o levaram à falência em 2006.

Loucura e cinema
A britânica Vivian Nicholson ganhou um prêmio de 152 mil libras (cerca de 3 milhões de libras em valores atuais) em 1961 e ficou conhecida por dizer que iria "gastar, gastar, gastar" o prêmio. E foi o que ela fez. Depois de ganhar o prêmio, Vivian ficou viúva e se casou outras cinco vezes. Fez tratamento para alcoolismo, sofreu um derrame, foi deportada da ilha de Malta, tentou o suicídio e foi internada em um hospício. A história da vida de Vivian foi adaptada para o cinema e também virou livro e musical. Atualmente ela, que é idosa e aposentada, vive com uma pensão de 87 libras por semana, mas diz não se arrepender de nada.

Processo por sonegação
Em 1990, a assistente de enfermagem americana Rhoda Toth ganhou US$ 13 milhões na loteria da Flórida. Rhoda jogou na loteria quando somente restava US$ 27 a ela e ao marido. Os dois gastaram todo o dinheiro que ganharam até serem processados por sonegação de impostos em 2006.

Quando foram presos, Rhoda e o marido já viviam na pobreza novamente. Rhoda fingiu ter esclerose múltipla para evitar a condenação, mas agentes federais gravaram imagens dela fora do tribunal, sem nenhum indício de doença. O marido, Alex Toth, morreu de ataque cardíaco em 2008. Ela foi condenada a dois anos de prisão e ao pagamento de US$ 1,1 milhão à Receita Federal dos EUA.

Vida em trailer
Evelyn Adams foi premiada na loteria de New Jersey duas vezes, em 1985 e em 1986. A chance de vencer duas vezes na loteria é de uma em 17 trilhões, segundo o Times , mas a sorte não foi suficiente para Evelyn não ter mais preocupações. Ela perdeu grande parte dos US$ 5,4 milhões ganhos em jogos de azar e hoje vive em um trailer no estado de New Jersey.

Dívida para o banco
A americana Suzanne Mullins, moradora do Estado da Virginia, explorou uma opção diferente de receber seu dinheiro em 1993. Enquanto quase todo mundo pega sua bolada de uma vez só, ela preferiu dividir o recebimento do seu prêmio de US$ 4,2 milhões em 20 vezes. Parecia sensato, mas Mullins não soube administrar. De algum jeito, ela conseguiu ficar devendo para o banco, e ainda está em dívidas com credores, mesmo não cometendo nenhuma extravagância aparente. Segundo ela, o rombo nas contas é devido a despesas médicas do seu genro, que ultrapassariam um milhão de dólares.

Do G1

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