“Errei o pedal”, diz homem que atropelou e matou criança
À polícia, Hegon Xavier alegou ter confundido freio com acelerador. Condutor só não foi linchado porque os próprios pais da menina impediram
“Errei o pedal”. Essa foi a justificativa apresentada por Hegon Henrique Brito Xavier, 24 anos, à Polícia Civil, após seu carro invadir uma casa e matar Gheanny Karolyne Sousa dos Santos, de 3 anos. A tragédia ocorreu na tarde desta segunda-feira (16/10), na quadra 318 do Itapoã.
Em depoimento a agentes da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá), o condutor afirmou ter confundido o freio com o acelerador no momento em que fazia uma curva. Hegon contou que sua primeira reação foi sair do carro e tentar suspendê-lo para retirar a criança, que estava presa entre o assoalho e o chão, mas começou a ser agredido por populares.
Homicídio culposo
Os pais da criança, Ildebrando Pereira dos Santos, 50 anos, e Paula Maria Ferreira de Souza, 38, também foram atingidos pelo veículo. O Corpo de Bombeiros os levou para o Hospital Regional do Paranoá. Segundo informações da corporação, o casal sofreu alguns ferimentos e está consciente.
De acordo com o delegado plantonista da 6ª DP Ulysses Fernandes, que apura o caso, o motorista foi autuado por homicídio culposo, quando não há intenção. “Houve a autuação, mas ainda temos de ouvir uma série de testemunhas e aguardar o resultado do laudo produzido pelo Instituto de Criminalística”, ponderou.
Um vídeo que circula pelo WhatsApp mostra uma mulher ao lado do corpo da criança – que estava coberto por um lençol. Nas imagens, o suspeito de ter provocado o acidente aparece sem camisa, de bermuda vermelha e algemado. Após protestos de populares que pediam seu linchamento, o homem é colocado dentro do cubículo de uma viatura da Polícia Militar e levado para a delegacia.
De acordo com o ambulante Luiz César Ribeiro, 42 anos, que testemunhou o acidente, o carro estava em alta velocidade. Segundo ele, após invadir a casa, o motorista desceu do veículo alterado, “falando palavras desconexas”. E concluiu: “Eles pareciam drogados”.
O ambulante foi um dos que ajudaram a erguer o Siena para retirar a menina debaixo do veículo. “Fizemos muita força, mas não conseguimos”, lamentou.
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