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VÍDEO: Advogada que perdeu a mãe há um ano alerta para que haja fiscalização de construções em Cajazeiras

A morte do pedreiro Hélder Rodrigues após ser atingido pela parede de uma casa em construção em Cajazeiras trouxe à tona tristes lembranças de uma outra tragédia semelhante que aconteceu há um ano e um mês na cidade

Por Luis Fernando Mifô

09/02/2024 às 18h11 • atualizado em 09/02/2024 às 18h15

A morte do pedreiro Hélder Rodrigues Oliveira, conhecido como Edinho, de 35 anos, após ser atingido pela parede de uma casa em construção no Centro de Cajazeiras, na tarde da última quarta-feira (07), trouxe à tona tristes lembranças de uma outra tragédia semelhante que aconteceu há um ano e um mês.

Na noite de 6 de janeiro de 2022, uma viga de concreto de uma residência na rua Max Alberto Ferreira, no bairro Sol Nascente, zona norte de Cajazeiras, caiu e matou duas pessoas que estavam na calçada vizinha: a pequena Maria Luiza, de 6 anos de idade, e a ex-funcionária da Rádio Difusora AM de Cajazeiras, Luzia Rolim, aos 65 anos.

Desde aquela fatídica noite, a advogada Liliane Américo, filha de Luzia Rolim, passou a pesquisar questões relacionadas à construção civil para compreender melhor os meandros técnicos e jurídicos e as funções de cada órgão competente nas esferas pública e privada. Ao tomar conhecimento da morte do pedreiro Edinho na última quarta-feira, Liliane rememorou a tragédia que envolveu sua mãe e foi tomada novamente pelo sentimento de preocupação.

“Depois que a gente vê uma coisa dessas acontecer, a gente se preocupa, a gente começa a pensar e repensar sobre as questões de construção, seja domiciliar, seja no âmbito do imóvel privado da gente, como também com relação a obras públicas. Eu me debrucei sobre isso, sobre pesquisas, li bastante sobre isso e está faltando, no meu ponto de vista como advogada e como filha de uma pessoa que foi vitimada num acidentes desses, fiscalização maior dos entes públicos daqui da cidade de Cajazeiras”, ressaltou a advogada durante participação no programa Olho Vivo da Rede Diário do Sertão.

Luzia Rolim, mãe de Liliane, faleceu em 2022 após ser atingida por viga de concreto (Foto: Arquivo)

Na tragédia dessa semana, cinco homens trabalhavam na construção de uma casa localizada na Rua Líbio Brasileiro, em frente ao Teatro Íracles Pires (ICA), quando uma parede da estrutura antiga desabou. Dois pedreiros conseguiram escapar, dois foram atingidos, mas já receberam alta do hospital, e Edinho acabou morrendo no local.

Liliane afirma que o aumento do número de construções nas pequenas cidades e a complexidade delas exige que os órgãos públicos fiscalizadores estejam ainda mais atentos e proativos para previnir acidentes.

O pedreiro Edinho faleceu após ser atingido por parede de casa em construção, em 2024 (Foto: Arquivo)

“A gente tem que passar a ver essas construções para além da estética. Você tem vigas, beirais, marquises que você observa em várias edificações privadas que são mais voltadas para uma questão de estética, mas elas também tem que se preocupar com a segurança de quem está do lado de fora, porque aquilo pode ruir para fora da casa da pessoa e ferir pessoas que estão passando”, alerta a advogada.

Liliane explica que as construções civis, sejam para edificar ou reformar um imóvel, precisam estar, no mínimo, amparadas pela ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), e que os órgãos fiscalizadores deveriam atuar também por iniciativa própria e não apenas quando são procurados.

“É frustrante, porque a gente tem um receio grande de que isso aconteça novamente. Foi um caso tão inédito, mas que não é impossível de se repetir nessa cidade e em várias outras cidades”, ressalta a jovem.

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DIÁRIO DO SERTÃO

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