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VÍDEO: Queda de fiéis e vacâncias estão entre os desafios do novo bispo de Cajazeiras, comenta Renato Abrantes

Advogado analisa chegada de Dom Francisco e aponta desafios sociais, pastorais e históricos da diocese

Por Luiz Adriano

30/06/2025 às 19h01 • atualizado em 30/06/2025 às 19h02

No Direto ao Ponto desta semana, o advogado Renato Abrantes analisou os desafios que aguardam o novo bispo da Diocese de Cajazeiras, Dom Francisco de Assis Gabriel dos Santos, que tomará posse no próximo dia 5 de julho.

A diocese, criada em 1914, vive a expectativa da chegada de seu 9º bispo, que foi transferido da Diocese de Campo Maior-PI pelo Papa Francisco. Renato destacou que Dom Francisco assumirá o governo pastoral após um período de vacância, conduzido pelo padre Agripino Ferreira de Assis, administrador diocesano pela segunda vez na história recente da diocese.

“O período de vacância é um período de expectativa, de oração, um período também que a diocese fica um pouco que parada porque lhe falta a cabeça, lhe falta o bispo, lhe falta aquele que efetivamente, com todos os poderes, não apenas jurídicos, mas também sacramentais, pode conduzir adequadamente a diocese de forma efetiva”, afirmou Renato.

Embora não seja uma diocese grande, Cajazeiras possui uma estrutura considerável, com 64 paróquias ou áreas pastorais e 78 padres encardinados.

“Isso demandará do novo bispo elencar na sua lista de prioridades a atenção própria do pastor diocesano a essa estrutura canônica da diocese. É o povo de Deus que aguarda com expectativa a sua chegada e a sua atuação”, pontuou.

Dom Francisco Gabriel durante visita à Roma – Foto: divulgação/Instagram

Desafios além do espiritual

Renato Abrantes ressaltou que a atuação do bispo não pode se restringir ao aspecto espiritual.

“A Igreja pode, no campo social, por exemplo, contribuir com o Estado. Num regime de colaboração, de parceria”, apontou, lembrando que, desde sua fundação, a Diocese de Cajazeiras sempre teve presença relevante no aspecto social.

Queda no número de católicos

Outro desafio citado por ele é o cuidado com a assistência aos católicos, destacando a queda no percentual de católicos na cidade de Cajazeiras, de 87% em 2010 para 79% em 2022, segundo dados do IBGE.

Formação sacerdotal e “diocese trampolim”

Renato também destacou o papel do Seminário Diocesano na formação sacerdotal, além de questionar o fato de, em 111 anos de história, apenas dois dos nove bispos terem sido paraibanos, sendo o primeiro e agora o nono, Dom Francisco.

“Essa reflexão precisa ser feita: por que o clero de Cajazeiras não dá para si um bispo para sua diocese?”, indagou.

O advogado ainda chamou atenção para o fato de Cajazeiras ter sido historicamente uma “diocese trampolim”, enfatizando que apenas dois dos oito bispos que já passaram pela diocese, completaram seu tempo integral até os 75 anos.

“Cajazeiras sempre foi uma diocese, talvez por ser pequena, não ter uma estrutura complexa, uma diocese estagiária para preparar bispos para voos mais altos”, avaliou, lembrando que apenas dois bispos permaneceram até a aposentadoria canônica aos 75 anos: Dom Zacarias, natural de Umari (CE), e Dom José Gonzalez Alonso.

Com Dom Francisco assumindo a diocese aos 58 anos, Renato acredita que ele também poderá ser transferido antes do tempo canônico.

“Penso que não concluirá o seu tempo de episcopado que finda aos 75 anos, como bispo de Cajazeiras. Isso nos preocupa, porque poderemos ter em breve um outro período de vacância”, disse.

Renato concluiu sua análise destacando a importância do momento para a Igreja local: “Aguardemos, festejemos a chegada do novo bispo… aqui continuamos nós na oração e na torcida para um profícuo episcopado.”

DIÁRIO DO SERTÃO

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