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Hospital infantil de cidade do Sertão pode ser interditado pelo CRM na próxima semana

Medida pode ser tomada devido à falta de anestesiologistas no plantão

Por Jocivan Pinheiro

04/12/2016 às 00h54 • atualizado em 04/12/2016 às 00h58

Hospital Infantil Noaldo Leite, em patos

Hospital Infantil Noaldo Leite, em patos

O Hospital Infantil Noaldo Leite, em Patos, corre risco de ser interditado, conforme divulgado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) nesta sexta-feira (2). A medida pode ser tomada devido à falta de anestesiologistas no plantão da unidade. A previsão do CRM-PB é de que o atendimento seja suspenso já na próxima semana caso a situação não seja regularizada.

Em comunicado à imprensa, o CRM-PB divulgou que recebeu ofício assinado por um grupo de cirurgiões que atende na unidade hospitalar informando que as cirurgias serão paralisadas até que sejam contratados anestesiologistas para o hospital.

De acordo com o diretor de Fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, atualmente não há profissionais de plantão na unidade. “O que apuramos em vistorias, juntamente com a Polícia Federal, é que o hospital dispõe apenas de anestesiologista em sobreaviso, que são convocados quando há necessidade de algum procedimento cirúrgico. Um hospital de emergência não pode funcionar desta forma”, destacou João Alberto.

O diretor explicou que, caso a contratação de anestesiologistas de plantão não seja efetivada até a próxima semana, o hospital será eticamente interditado e os médicos da unidade não poderão prestar qualquer tipo de atendimento.

“Essa é uma medida drástica e o conselho não tem interesse em interditar eticamente os médicos, porém da maneira que o hospital está funcionando não há segurança nem para os pacientes nem para os profissionais, que podem sofrer sanções judiciais caso não prestem o serviço adequadamente”, explicou.

O impasse envolvendo o Hospital Infantil Noaldo Leite teve início em março, quando uma criança faleceu após esperar oito horas por uma cirurgia que não foi realizada em tempo hábil porque o anestesiologista, em sobreaviso, não conseguiu chegar à unidade antes do agravamento do estado de saúde do paciente.

“Uma sucessão de problemas, que teve início no hospital universitário em Cajazeiras, culminou no óbito da criança. Porém, ao apurar os fatos, descobrimos a falta de anestesistas de plantão no Hospital Infantil Noaldo Leite”, destacou João Alberto.

O Hospital Infantil Noaldo Leite é o único na região de Patos com referência no atendimento de emergência e clínica-cirúrgica em pediatria. Com a interdição ética médica, dezenas de cirurgias e atendimentos serão suspensos.

DIÁRIO DO SERTÃO com Portal Correio

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