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Radomécio Leite

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“O Mago”

30/01/2011 às 00h47

Na História Política da Paraíba tem mais um “Mago” a dirigir os destinos do nosso Estado: Ricardo Vieira Coutinho. Um apelido nascido da verve do povão. Seria “mago”, sinônimo de magro ou “mago” por sem um “bruxo” ou “Mago” para simbolizar os três Reis Magos (Belchior, Gaspar e Baltazar), que em hebreu significavam “rei da luz”?

João Agripino, ex-governador da Paraíba, era também conhecido por o “Mago de Catolé do Rocha”, que seria um “bruxo da política” ou por espelhar realmente a sua magreza? Ou as duas coisas?

Fui testemunha de algumas ações do então governador João Agripino, com relação a nossa cidade, que ficaram marcadas na minha memória: a primeira delas, logo depois de sua posse, houve um “arrocho fiscal” e os comerciantes da cidade fizeram um protesto fechando seus estabelecimentos e João, que chamava Cajazeiras de “minha noiva”, o primeiro buque de flores que a enviou foi um batalhão da policia militar, todo armado de metralhadoras e os policiais obrigaram os comerciantes, com o cano das armas debaixo das costelas, a abrirem os seus estabelecimentos. Este fato fez com inspirasse a teatróloga Ica Pires a produzir uma “carta aberta ao governador”, onde demonstrava a indignação de toda sociedade cajazeirense.

A segunda coisa “boa” que João fez com relação a nossa cidade foi trazer o General Massa para participar de uma reunião com os acionistas da Companhia de Luz, que era propriedade do município e do povo, e “sob “ameaça”, a entregamos de mãos beijadas ao governo do estado, que a incorporou ao patrimônio da finada “SAELPA”. Na época só escapou a de Campina Grande, cujo povo, mais altivo não se dobrou aos caprichos do “Mago”.

Mas o “Mago de Catolé do Rocha não só fez “ruindades” ao povo de Cajazeiras, porque foi um dos que acreditaram na implantação do Ensino Superior em nossa cidade, ajudando de forma decisiva na vinda de professores de outras regiões para lecionar na FAFIC, na época, com um bom salário, e dois contratos: um para o Colégio Estadual e outro para dar aulas na faculdade. Eu estava no meio desta turma.

Não devemos esquecer que foi no seu governo, que o recém formado, vindo da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, Edme Tavares de Albuquerque, iniciou sua vida pública na Paraíba, como subchefe da Casa Civil do Governo João Agripino e o resto da trajetória deste cajazeirense, toda a Paraíba conhece.

Foi este “Mago” que trouxe o asfalto a Cajazeiras, através da BR 230, construiu o Colégio Estadual de Cajazeiras, fez chegar a energia elétrica de Paulo Afonso nestas bibocas do sertão e ajudou muita gente de nossa cidade a se tornar doutor com o dinheiro do “jogo do bicho”, oriundo da banca de Gino. Era a contravenção a serviço da educação. Jogo do bicho, “imposto” por ele ao governo revolucionário, que ainda hoje mantém o emprego de milhares paraibanos. No Rio de Janeiro dá cadeia, na Paraíba, empregos.

João se tornou muito amigo dos universitários de Cajazeiras, (que eram recebidos em Palácio sem marcar audiência), através da AUC e todos os anos participava das semanas universitárias realizando a palestra de encerramento, para em seguida prestigiar o baile e ao amanhecer descia em cima de um capô de um jipe, acompanhado da “gandaia” ao som da orquestra, até a Praça João Pessoa, depois de ter passado a noite toda bebendo uísque, conversando com o povo, fumando e agarrado no “cangote” e a rodopiar, nos salões do Tênis Clube, da velha e querida amiga conterrânea, de Catolé do Rocha, Maria Alice.

Temos mais um “Mago” no governo do estado e Cajazeiras está aguardando as suas ações, que esperamos sejam positivas e verdadeiras como as do “Mago de Catolé do Rocha”. É assim que também deseja o nosso “Mago”, o de Cajazeiras: Carlos Antonio, que certa vez, no final da segunda campanha, quando Fo reeleito prefeito de Cajazeiras, uma eleitora, de cima da carroceria de um caminhão, o viu nos braços do povo e soltou a seguinte observação: “virgem, como o bichinho ta magrinho”. Este não é bruxo, mas magro de verdade.
 


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