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Edivan Rodrigues

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A crise mundial

29/10/2008 às 21h03

A crise ronda o bolso da gente, mas ainda não se instalou de vez. Por enquanto, está na televisão, em manchetes de jornais, em longas matérias na internet e nas revistas semanais. Parece distante ou restrita às confissões de grandes grupos brasileiros (Sadia, Votorantim, Aracruz) que apostaram no real e perderam milhões de dólares. Todos alarmados com as oscilações bruscas, desastrosas, das bolsas de valores do mundo inteiro, a quebradeira de bancos, apesar dos bilhões de dólares injetados pelos governos americanos, europeus e outros de todas as partes do mundo, incluindo o nosso. Até agora, a crise está no andar financeiro. Não tarda, porém, a invadir o mundo real.

Como tudo isso começou? Difícil identificar o momento exato. Mas pode-se marcar a ficha na ciranda financeira ligada à venda de imóveis via hipotecas de alto risco (subprime), nos Estados Unidos, geradora de títulos negociáveis de mãos em mãos, descolados dos ativos fixos que pretensamente representavam. Tanto que um imóvel de 200.000 dólares estava sendo avaliado por 400.000 para efeito de empréstimo a juro baixo, amortizável a perder de vista. Tudo muito fácil. Muitos caíram na tentação de adquirir ativos fixos (casa, apartamento), ofertados por instituições que negociavam papeis sem lastro na realidade, mas propiciavam ganhos fáceis, numa sociedade consumista por excelência como a dos Estados Unidos.

Um dia o castelo ruiu. As dívidas com gastos de consumo cresceram e o juro aumentou. Milhares de compradores, não podendo pagar mais as prestações, quiseram vender o imóvel. Por quanto? Pelo valor de face, 400.000? Que nada. Nem por 200.000, havia quem o quisesse… Que fazer? Devolvê-lo ao financiador. Só aí, descobriu-se que na sala do gerente estavam milhões de americanos com a mesma idéia… Cadê o dinheiro? Sem liquidez, até bancos “sólidos” pediram socorro.

Daí em diante, o mundo inteiro já sabe. Bancos quebraram apesar dos remédios aplicados pelo governo, que jogou fora os princípios liberais de não intervir no mercado. O tão exaltado mercado que tudo resolve por si, com mão invisível e o mínimo de regulação…

Esse processo teve início há mais de um ano. Apenas Nouriel Nourdini, (economista turco, radicado nos USA) alertou, já em 2006. No início deste ano, foi ridicularizado em pleno FMI. “Doutor Catástrofe”, bradou a imprensa, para gáudio, sobretudo, dos rapazes das agências de avaliação de risco que orientam investidores em países e empreendimentos… dos outros. Agora estamos, todos, a esquadrinhar os escritos, as entrevistas de Nourdini para conhecer melhor a extensão, o tamanho e a duração da crise. E o peso em nosso bolso…

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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