A degradação do Mercado Público

Por José Antonio – Considero o Mercado Público Municipal de nossa cidade como um dos mais preciosos espaços e de uma importância histórica das mais relevantes. É através deste mercado que podemos compreender o momento efervescente da economia de Cajazeiras, na década de 50. Infelizmente este espaço que teve uma representatividade enorme para nós, se encontra num estado degradante.
Por que não salvaguardar, recuperar e explorar o potencial deste espaço, partindo das necessidades do nosso cotidiano? Esta tem sido, inclusive, uma preocupação de outras cidades com relação aos seus mercados públicos: o de São Paulo é escandalosamente belo, o do Ver-o-peso de Belém, às margens da Bahia do Guajará, com 322 anos é de uma vitalidade enorme, o de Aracaju é muito bonito, o de São José, no Recife se tornou uma das principais atrações turísticas da cidade. Ir a Salvador e não visitar o seu mercado é a mesma coisa que ir a Roma e não ver o Papa. Além destes conheço outros mercados e todos já foram recuperados e têm sido um espaço da maior importância para as suas cidades.
Tenho vagas lembranças do inicio de suas atividades do mercado construído pelo prefeito Arsênio Rolim Araruna, mas recordo-me de uma banca, logo na entrada principal, onde se vendia as mais lindas peças do vestuário feminino, confeccionadas com cambraia de linho e com belas rendas e bicos, além da dona Conceição onde a cidade se abastecia de frutas, principalmente bananas. Hoje, o que existe de mais tradicional é o famoso caldo de cana, acompanhado de um delicioso pão doce.
Os proprietários formaram uma associação e já participaram de mais de uma reunião com autoridades municipais no sentido de encontrar uma solução para a realização de uma grande reforma que pudesse atender as necessidades dos seus usuários e donos das bancas. Infelizmente este projeto não prosperou.
O nosso mercado tem um valor sentimental para muitos cajazeirenses, porque ali, durante décadas, foi o nosso shopping center e todos nós desejamos que ele seja revitalizado e volte a ser um local aprazível e aconchegante. Na situação em que se encontra é como se fosse um depoimento a favor da nossa incompetência e desprezo por um equipamento muito valioso, situado no coração da cidade e que precisa sair da humilhante situação em que se encontra. O que temos tomado conhecimento é de que tanto o Ministério das Cidades, quanto do Turismo têm financiado estes tipos de empreendimentos e talvez o que esteja faltando seja um bom projeto, com argumentos fortes, principalmente mostrando o valor do ponto de vista do turismo e da geração de emprego e renda para centenas de famílias de nossa cidade. Por que não tentar?
A atual gestora, a professora Socorro Delfino, tem afirmado que será uma de suas prioridades a recuperação deste mercado e todos sabemos que ela vem cumprindo, em pouco tempo, já algumas de suas promessas de campanha. Estamos com a esperança de que ela consiga os recursos e o recupere brevemente.
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