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Renato Abrantes

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A Diplomaciazinha dos Barbudos

01/10/2009 às 00h00

Por Padre Renato

á tenho idade e peso suficiente para não aceitar certas barbáries, seja no trânsito, seja na política, mui particularmente na política internacional. A atual diplomacia brasileira está dando provas suficientes de desonra ao nobre Instituto Rio Branco, numa clara demonstração de despreparo para administrar situações delicadas como no caso de Honduras. Ou, se atuante nos bastidores como quem apóia o GOLPISTA Manoel Zelaya, pior para o Itamaraty. Mas, isto não deveria se espantar, considerando que o citado cidadão tem o apoio do caudilho venezuelano que é quem, por enquanto, dá as cartas por aqui.

Deixando-se invadir em seu território, a embaixada em Tegucigalpa, o Brasil que “arrota” democracia, simplesmente rasga a constituição hondurenha, interferindo na soberania daquela nação, que prevê mandato presidencial de quatro anos (artigo 237), vedada expressamente a reeleição. O artigo 239 é claríssimo: “O cidadão que tenha empenhado a titularidade do Poder Executivo não poderá ser Presidente ou Designado. O que quebrar esta disposição ou propor sua reforma, assim como aqueles que o apoiarem direta ou indiretamente, cessarão de imediato o desempenho de seus respectivos cargos, e ficarão inabilitados por dez anos para o exercício de toda função pública”. É um texto duro? É, mas o que nós, brasileiros, temos a ver com isso? Seria mais ou menos como se os hondurenhos viessem meter o bedelho, por exemplo, na forma federativa como nosso país está organizado. Ou seja, um absurdo.

Zelaya foi contra a constituição do seu país e está sendo punido de acordo com a previsão legal, haja visto haver uma lei anterior ao fato concreto que o previsse. A celeuma provocada por terem-no expulsado do país é outra questão, assim como o é, desta vez, de maior envergadura o Brasil meter-se na confusão oferecendo asilo, hospedagem, ninguém sabe ainda, na nossa embaixada, da qual, o Zelaya faz diariamente discursos políticos contra um governo que, ao meu ver, é legítimo, o do Roberto Micheletti.

Legítimo sim, constitucional, com o aval do Congresso Nacional, da Corte Suprema daquele país. O que mais queremos?

Lastimo que nossos diplomatas, que, entre tantos, “marionetam” o nosso “comandante-em-chefe”, tenham colocado na sua cabeça a falsa idéia de que o Zelaya é o mocinho da vez.

Lamento que nosso território (a embaixada brasileira) em Tegucigalpa seja violada por conta do golpista Zelaya e sua “entourage” de apenas 100 pessoas, que inexplicavelmente entraram no país, bateram à porta da casa, por ela entraram sem nenhuma resistência, lá se instalem e de lá façam inflamados discursos politiqueiros atraindo a reação (mais que justa, exceto no que diz respeito às ações contra o território brasileiro) do governo hondurenho (o governo Micheletti).

O mais lastimável ainda é o “comandante-em-chefe” afirmar que o Zelaya pode ficar na embaixada o tempo que quiser. Ah, como tem razão o meu professor de direito internacional: “pra que o Brasil quer porta-aviões?”

Vamos ver onde isso vai dar. Que a democracia e a soberania hondurenha prevaleçam.

Ah, mas o General (que nunca serviu nem como recruta às Forças Armadas) Jobim, já disse, covardemente, que não vai propor enviar tropas para Honduras, pois não se trata de uma declaração de guerra. Só ele não enxerga. Zelaya invadiu o Brasil.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

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