A economia de Cajazeiras nos anos 1920
A cidade de Cajazeiras no anos 1920 estava atingindo os primeiros sinais de modernidade vigentes que já começavam a vigorar desde os primeiros tempos republicanos, a exemplo de algumas conquistas materiais, o que se deveu em parte, aos interesses políticos de grupos sociais que, por trás dessas transformações buscaram exaltar suas próprias imagens atreladas aos momentos de progresso e modernização.
Leitão (2000, p. 40) afirma em “Inventário do Tempo: memórias”, que durante a década de 1920, Cajazeiras obteve uma intensa expansão urbana que contribuiu para que o seu comércio crescesse cada vez mais e que em 1928 a cidade já era considerada centro comercial da região sertaneja.
De acordo com o autor, as instituições de ensino também foram importantes para que este fato acontecesse, pois atraíam estudantes de todo o sertão paraibano, além do Cariri cearense. A rede rodoviária ligava a cidade a quase todos os comerciantes locais para que estes se abastecessem das novidades. Costa (1986) comenta ainda que o comércio cajazeirense era bastante vigoroso, pois as vendas realizadas pelos empreiteiros das construções de açudes, além do aumento das construções de moradias estavam em alta, contribuindo para que a cidade crescesse constantemente.
Ademais, Silva Filho (1999) ressalta que uma das melhorias que contribuiu para o aumento populacional foi a construção do Açude de Engenheiro Ávidos que atraiu trabalhadores de várias localidades do Nordeste, gerando emprego e renda para a cidade.
Diante de tais conquistas materiais, Silva Filho (1999), explica que a produção de algodão, o carro-chefe da economia local, inclusive paraibana, contribuiu para que o desenvolvimento acontecesse, e foi muito importante para o crescimento comercial e industrial de Cajazeiras, que ainda estava caminhando os primeiros passos rumo a um propício centro urbano, entretanto, a baixa arrecadação fiscal piorou a situação econômica da cidade durante o período da seca. Contudo, o ouro branco, foi o grande responsável pela geração da riqueza que possibilitou a renovação do perfil material do município, com as primeiras transformações urbanas.
De acordo com Leitão (2000), a partir de 1920, a cidade de Cajazeiras começara a passar por transformações tanto na urbanização, como no comércio, o que acabara por ampliar e melhorar as relações que se estabelecia entre os comerciantes cajazeirenses e as cidades vizinhas. Já os grandes negócios do algodão eram feitos com praças mais desenvolvidas, como Fortaleza-CE ou Recife-PE ou ainda com Mossoró, no Rio Grande do Norte. As relações com a capital do estado só vão melhorar a partir da chegada do trem em 1923, além do melhoramento das estradas de rodagens nos anos 1930.
Leitão (2000) destaca ainda que o aperfeiçoamento social e o crescimento do comércio em 1928 concediam a Cajazeiras uma supremacia em toda a região sertaneja, com sua feira semanal que reunia diversas pessoas na comercialização de produtos regionais. Já as lojas lotavam de fregueses interessados nas novidades recém-chegadas das praças de Recife e Fortaleza, o que acabava ligando Cajazeiras através da rede rodoviária a quase todas as regiões do Nordeste.
Referências:
SILVA FILHO, Osmar Luiz da. Na Cidade da Parahyba, o percurso e as tramas do moderno. Doutorado em História [Tese]. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 1999.
LEITÃO, Deusdedit. Inventário do Tempo (memórias). João Pessoa: Empório do Tempo, 2000.
COSTA, Antonio de Assis. A(s) Cajazeiras que eu vi e onde vivi (memórias). Gráfica Progresso, João Pessoa, 1986
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