A força da representação política

Por Josival Pereira – Dois pequenos fatos políticos da semana passada, em que pesa a aparente insignificância e a baixa repercussão, chamam a atenção e convidam a uma importante reflexão.
Os fatos: a presença do deputado Júnior Araújo na reunião da bancada de apoio ao governador João Azevedo, em João Pessoa, e uma declaração da deputada Dra. Paula na imprensa cajazeirense confirmando voto no governador João Azevedo para senador, em contraposição ao marido, o ex-prefeito Zé Aldemir, que, outro dia, voltou a negar apoio ao governador.
A longa abertura não tem o objetivo de pedir voto para João Azevedo e o destaque é para lembrar os desentendimentos entre os dois parlamentares e o governador nas eleições municipais recentes e que, pelo visto, estariam se reencontrando. O propósito aqui é uma reflexão sobre relacionamentos políticos, institucionais ou não. Direto ao ponto: o objetivo mesmo é frisar, com todas as letras, que uma cidade como Cajazeiras não pode se dar ao luxo de fazer política de confronto com governador, a não ser no caso de oposição deliberada, o que não é o caso. Então, assim, a possibilidade de recomposição entre deputados e governador parece louvável.
Mas não se trata apenas desses dois detalhes. A questão política abordada aqui é um pouquinho mais séria: com três deputados estaduais, todos eleitos na base do governador, não pode ou não poderia haver desperdício do uso de tamanha força política no sentido de alavancar amplas conquistas para desenvolvimento de Cajazeiras
Não se pode negar boas realizações da gestão do governador João Azevedo em Cajazeiras. Porém, talvez seja pouco para a importância de sua representação política ou as conquistas não foram aquelas capazes de impulsionar o crescimento da cidade de forma mais acentuada. Então, ateste-se o desperdício de força.
As comparações não são boas.
Sem nenhum deputado, Sousa está ganhando, entre outras obras, o Hospital da Mulher, uma obra que vai beirar os R$ 100 milhões e que pode puxar para aquela cidade o polo regional de saúde. Patos conta apenas um deputado estadual e virou o grande centro regional de quase todos os equipamentos públicos, especialmente na área da saúde.
Lógico que não basta apenas a eleição da representação parlamentar. É preciso que essa representação, em consonância com a sociedade, se una em torno dos projetos essenciais. Não adianta dispor de uma representação preocupada apenas em disputar cargos e empregos nos órgãos públicos para afilhados políticos. As brigas e disputas paroquiais não rendem nada para a cidade. Os confrontos puramente políticos ou partidários, especialmente com o governador sempre se mostraram contraproducentes.
Diante do quadro concreto, Cajazeiras precisa de muito mais de sua representação política.
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