A necessidade da transparência
O tempo que o presidente Fernando Collor de Melo passou no poder, dois anos e sete meses, que acuado pelo Congresso Nacional, foi “obrigado” a renunciar, é quase igual ao do prefeito Léo Abreu, ao dirigir os destinos da cidade de Cajazeiras por dois anos, quatro meses e 16 dias.
Collor de Mello entregou a Nação Brasileira ao vice-presidente Itamar Franco, destroçada pela inflação, mas instituiu o Plano Real em seu governo o que possibilitou o milagre da recuperação do poder de compra do povo brasileiro, com a inflação sendo dominada. Nas terras cajazeirenses, Dr. Léo teria entregado ao vice-prefeito Carlos Rafael uma prefeitura com as finanças em frangalhos e com débitos astronômicos, além de impedimentos que bloqueia o recebimento de recursos de convênios federais, até o momento ainda não sanado, junto ao Ministério da Fazenda. Por aqui o nosso gestor, apesar do pouco tempo, tem feito milagres.
Passados quatro meses e quinze dias, no dia de sua posse, o prefeito Carlos Rafael, prometeu ao povo de Cajazeiras, fazer uma administração com total transparência. Todo político além de ser honesto, deve parecer ser honesto também; é igual a uma mulher casada porque além de ter o dever ser honesta, deve parecer ser mais honesta ainda, para que nenhuma pessoa tenha o direito de levantar qualquer suspeita sobre os seus atos e ações.
O Portal transparênciacajazeiras continua com dados de sessenta dias passados, ainda não é online, como determina a Lei e este fato induz a comentários, que na maioria das vezes, são infundados. Tenho ouvido nos bastidores, conversas sobre fatos que estariam acontecendo no “miolo” da administração que não creio e até que me provem o contrário, duvido muito que o nosso gestor maior, tenha conhecimento ou mesmo venha permitindo atos que o levariam a cair no descrédito da população de Cajazeiras.
Como cessar esta onda de “boatos” que circula pelas esquinas da cidade? Tornando o mais transparente possível os atos administrativos do poder público do município. É o caso da mulher: ela não deve ser apenas honesta, mas parecer muito mais, porque se assim não proceder, depois que cai na “boca do povo” fica muito difícil provar o contrário.
Com a “qualidade” das ações administrativa que nos era ofertada pelo ex-prefeito Léo Abreu, embora muita delas altamente positiva, mas sem vida, sem alma, sem efervescência e sem entusiasmo, qualquer que fosse o seu substituto teria amplas condições de ser bem melhor e foi exatamente o que aconteceu: a administração ganhou “alma nova”, a militância se entusiasmou e a cada ação pública explosões de entusiasmos se manifestam de várias maneiras e isto contribuiu de forma inequívoca para ampliar a popularidade do novo gestor.
Como o prefeito, desde o dia da posse, embora ele negue, não tem feito nenhum gesto, nenhuma ação, nenhum movimento que não tenha sido no sentido de “pavimentar” a sua caminhada em busca de seu retorno, em 2012, para conquistar a cadeira de prefeito por mais quatro anos, é isto que ele tem perseguido. Muito embora, tenha em detrimento a este seu desejo, um grande obstáculo: o tempo. Restam poucos meses, muito embora estejamos a um ano da eleição, para realizar ações concretas neste sentido.
Muito em breve vão chegar os prazos eleitorais que impedem ações administrativas e ele vai ficar praticamente de mãos atadas, sem contar com a ação política das oposições, que segundo se comenta, será muita forte, vigilante e presente. Tem outro fator que vai lhe dar alguns cabelos brancos, embora seja muito jovem, que será a da composição de um forte grupo político para lhe dar vez e chance de entrar na disputa, sabendo também que a oposição tem um trunfo muito forte na mão, na formação de seu grupo, que se chama “governo do estado”.
A caminhada não é tão fácil, mas possibilitaria e daria mais luz se a transparência fosse uma realidade em nosso município. É preciso ter consciência que a embalagem sozinha não garante o sucesso, afinal nada substitui o conteúdo. Ainda neste governo, necessário se faz amputar sem anestesia, algumas “caras” do governo anterior, que continua sangrando através de feridas não curadas. As cirurgias plásticas realizadas ainda não foram suficientes para dar a este governo sua própria identidade, basta ouvir a voz rouca das ruas.
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