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Radomécio Leite

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A transposição de nossas águas

06/09/2010 às 01h26

A transposição das águas do Rio São Francisco está deixando de ser uma promessa secular para se tornar uma realidade. Os canais, as represas e os túneis já estão sendo construídos e é uma obra monumental. Na Paraíba, os serviços já chegaram ao município de São José de Piranhas, onde está situada a bacia do Açude Engenheiro Ávidos, que receberá as águas tão aguardadas do São Francisco e que vai perenizar definitivamente o Rio Piranhas, cujas águas serpenteiam por vários municípios paraibanos e riograndenses do norte e desembocam em uma praia potiguar.

Antes que o Açude Engenheiro Ávidos comesse a receber as águas do São Francisco, existe uma perspectiva para a solução de falta d`água em várias partes do município de Cajazeiras, quando poderemos ter, dependendo da luta política, vários pequenos canais enchendo muitos reservatórios em nosso território. Seria a nossa diminuta transposição.

Logo depois da conclusão do Açude Bartolomeu, muito se falou na construção de uma tubulação que traria águas do Açude Engenheiro Ávidos para dentro deste reservatório e com isto mantê-lo com uma lamina de água capaz de perenizar o Rio Santo Antonio, transformando a região sul do município num oásis, fato que poderia até fazer parte das propostas dos atuais candidatos nas próximas eleições, mas infelizmente desconhecem os nossos problemas e propostas e as promessas antigas não foram transformadas em realidade e quem sabe agora não fosse a hora de se retomar esta luta?

Já existe gente também sonhando com a possibilidade da perenizarão do Riacho dos Cochos a partir de um açude existente no Assentamento Valdeci Santiago, no Sitio Cocho de Cima, que receberia as águas do Açude de Engenheiro Avidos e que beneficiaria centenas de famílias residentes às suas margens e que sentem o desejo de produzir alimentos e frutas, mas falta o principal, a água. Este projeto seria mais fácil do que o do Bartolomeu, em função de uma estrutura já existente a partir da adutora da CAGEPA que abastece a população de Cajazeiras. Não tenho a distância exata, mas não é superior a quatro quilômetros.

Estas mini-transposições são possíveis? Tenho a mais absoluta certeza. É só ter vontade política de realizar. Basta ver o exemplo de Carlos Paulo Gonçalves (já falecido), que possuía uma propriedade no Sítio Riacho Fundo, às margens da estrada que liga a BR-230 ao Distrito de Engenheiro Ávido, quando há alguns anos atrás elaborou um projeto para transpor a água que necessitava, de uma distância superior a quatro quilômetros, a partir do Rio Piranhas, com o objetivo de produzir frutas e fez todo um sistema de captação, elevação e condução e que até hoje está funcionando e dando resultados.

Ora, se um particular pode realizar esta importante obra, por que o Estado não pode? Eis uma solução para erradicar de uma imensa região o tráfego de carros-pipa transportando água a peso de ouro para muitas comunidades do nosso município, que num ano escasso de chuvas como este as águas dos riachos das cacimbas já esgotaram.

É obvio que este projeto estaria atrelado com a chegada das águas do Rio São Francisco para dentro do manancial de Boqueirão de Piranhas e como as obras do governo por menores que sejam sempre demoram um tempão, desde a elaboração do projeto até a sua execução, talvez já fosse à hora de começarmos a pensar e trabalhar em cima de mais este sonho, um sonho bem mais fácil de ser realizado e de um alcance social muito elevado.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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