Água! O Problema número um de Cajazeiras

Volto mais uma vez a escrever sobre o problema do abastecimento d água de nossa cidade. Já me referi sobre um artigo escrito pelo então Bispo de Cajazeiras, Dom Zacarias Rolim de Moura, publicado na edição nº 12, de julho de 1956, do Jornal Correio do Sertão, quando a água que consumíamos era ainda transportada em lombos de jumentos, enquanto os céus de Cajazeiras eram cruzados pelos aviões da Varig que pousavam diariamente no velho e saudoso aeroporto Antonio Tomas. Que contraste!

Dom Zacarias foi uma das vozes mais fortes e atuantes para construção da primeira adutora, inaugurada no ano em que se comemorou o centenário de Emancipação Política de nossa terra, em 1964. Nesta luta ele envolveu todos os bispos do Nordeste e o Congresso Nacional através dos deputados Ivan Bichara Sobreira e João Agripino, além do presidente JK, que fez uma solene promessa a nossa terra, na campanha de 1955. Nas décadas de 50/60 Cajazeiras era rota obrigatória dos candidatos a presidente da República. Hoje, nem pensar! Perdemos o prestigio.

Passados exatos 47 anos, Cajazeiras convive, inexplicavelmente, com água racionada. Talvez seja preciso voltar a fazer a mesma campanha realizada pelo bispo de Cajazeiras, que tinha como slogan: Água para Cajazeiras! Além de incitar que fizéssemos uma “conspiração patriótica” e deixássemos de lado a “filosofia conformista: deixar como está para ver como é que fica”.

Cajazeiras é o sétimo município do estado em número de habitantes e de eleitores e não dar para compreender o porquê, embora já se tenha feito muitos investimentos, a cidade venha sendo penalizada e seu povo sacrificado com as constantes falta de água e o mais grave: o permanente racionamento: num dia a água vai para zona norte, no outro para a zona sul.
O fato que tem mais preocupado é que nos últimos oito anos as construções de imóveis têm apresentado números impressionantes e como vamos dar conta desta demanda?

Nos últimos quatro anos foram registrados no setor competente da prefeitura mais de setenta loteamentos, alguns com mais de 500 terrenos e fica a pergunta: o sistema atual tem condições de comportar esta quantidade de novos usuários?

A previsão é de que se o governo do estado não fizer, urgentemente, um investimento muito grande, ampliando o sistema e substituindo toda a tubulação velha, enterrada nas ruas da cidade, vamos ter muito breve um colapso no abastecimento d´água em Cajazeiras. A velha tubulação não agüenta pressão e vem estourando constantemente.

De uma coisa temos certeza, quando for para substituir esta tubulação, enterrada em 1964, vai ser um caos. Basta tomar como exemplo quando um dos canos se rompeu na Praça Coração de Jesus, o transtorno que causou. É o preço do progresso.

Infelizmente a cidade está de braços cruzados, as autoridades parecem estar com os olhos vendados, o povo acomodado e quieto, todos sem perceberem a gravidade deste problema, os dias se passam, e nada é feito e vai esmagar a todos nós. É um serviço que não se executa do dia para noite, é preciso tempo e muito dinheiro. A palavra de ordem é urgência e prioridade para o problema número um de Cajazeiras: água.

Novos empreendimentos
A cidade estará recebendo ainda este mês uma filial das Lojas Americanas e em breve uma filial do Banco Itaú. Vão gerar mais empregos na cidade, além dos aluguéis dos imóveis, dos impostos e outras rendas. A cidade cresce através das mãos da iniciativa privada.
 

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Radomécio Leite

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