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Radomécio Leite

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As doenças do Hospital Regional de Cajazeiras

21/11/2010 às 02h10

Mais uma vez o velho hospital de nossa cidade está doente. A sua doença tem sempre uma causa: o olho grande dos políticos e a ganância dos mesmos pelos serviços que presta, que desde a sua criação em 1937, rendem votos para continuar fortalecendo os grupos políticos que sugam o seu sangue até a última gota.

Em entrevista a Rádio Alto Piranhas, o seu atual diretor, declarou que existe hoje um débito de quase um milhão de reais com fornecedores, acumulado desde o mês de agosto, isto causado pela falta de repasses por parte do governo do estado, que teria a obrigação de enviar todo mês cerca de 600 mil reais e os recursos foram diminuindo ao ponto de atingir este montante de débitos.

A responsabilidade única da gerência dos recursos e da administração do velho HRC é do estado. Portanto, é uma verdadeira balela o que se afirma que o HRC teve uma melhoria porque estava sendo conduzido por três entes diferentes: o estado, o município e o governo federal, através da UFCG, que nunca colocou uma ruela de recursos para o seu funcionamento.

Esse negócio de gestão tripartite foi uma saída para resolver um impasse gerado quando da mudança de governo pós Cássio, quando Jeová não aceitou que o médico Antonio Vituriano fosse nomeado diretor e é bom que todos saibam que quem manda de cabo a rabo no HRC é José Maranhão que se desejasse demitiria, na hora que bem lhe aprouvesse, todos os três diretores, portanto este negócio de gestão tripartite é pura balela.

Na realidade, o hospital só teve esta melhora porque havia uma determinação política do governo do estado em ampliar os serviços, contratar mais médicos, aumentar o número de leitos, instalar hemodiálise e de aumentar o repasse de recursos de 180 mil reais para mais de meio milhão de reais, também por entender que o velho HRC, tendo melhorado os seus atendimentos, lhe serviria como vitrine para o seu projeto político e convenhamos: o hospital lhe serviu demais e lhe rendeu muitos votos.
Um antigo administrador do HRC me disse: se eu tivesse este montante de recursos eu faria também milagres e ampliaria em muito os serviços do HRC, agora com os míseros 180 mil não tem cristão que preste um serviço de qualidade e concluiu: quero ver um excelente serviço ser executado sem recursos e pode vir universidade, o papa ou quem quer que seja.

O exemplo mais claro para poder comprovar estas palavras basta ouvir o atual diretor afirmar que a diminuição dos repasses e o atual débito têm feito com que os serviços comecem a minguar: de quase 280 intervenções cirúrgicas a cada mês, agora no máximo estão fazendo duas eletivas por dia e algumas de urgência.

Não adianta ficar fazendo declarações terroristas, tipo: se a gestão tripartite não continuar o curso de medicina vai fechar, se a gestão tripartite acabar o hospital vai se acabar, os médicos não vão querer vir trabalhar mais aqui em Cajazeiras. Tudo isto é puro terrorismo, que a sociedade vai ter de desmistificar e apresentar, ao governo que vai se instalar no Palácio da Redenção, no dia 1º de janeiro de 2011 um novo modelo e cobrar dele ações que possam melhorar cada vez mais o HRC e que se torne um instrumento capaz de promover o desenvolvimento social desta região, no momento em que for consolidado como pólo de ensino de saúde para os estudantes da UFCG e da Faculdade Santa Maria.

A sociedade quer é afastar cada vez mais a política partidária da gestão do hospital.

Cabe uma pergunta: aonde os estudantes da área de saúde da faculdade de Medicina de Barbalha fazem as suas residências e estágios? Num hospital privado. E lá tudo funciona as mil maravilhas. Por que aqui em Cajazeiras para que “o mundo não se acabe” nós tenhamos que ter esta tal de gestão tripartite? Vamos aguardar quais os rumos que o novo governador vai dar ao Hospital.

Vocês sabem quem indicou o nome de Dr. Antonio Fernandes para que o governador o nomeasse? E a Dra. Jaqueline Abreu? E o diretor clínico? Vale ressaltar que este cargo está vago porque nenhum médico quer assumir por ser de grande responsabilidade e por pagar muito pouco.
Continuam existindo problemas graves no velho HRC, que só um “choque” de gestão poderá resolver e um deles é tentar retirar a política partidária de seu interior e transforma-lo num excelente campo de estágio para os estudantes da área de saúde. Precisamos lutar por isto.

Não gostei
A sugestão de emendas apresentada pelo governador Ricardo Coutinho a bancada federal da Paraíba, no último dia 17, não contempla a cidade de Cajazeiras, muito embora o mesmo tenha defendido uma inversão dos pólos de desenvolvimento. João Pessoa e Campina e cidades metropolitanas foram as grandes beneficiadas. O Sertão vai continuar pobre e lascado. Um Hospital do Câncer que poderia ser construído em nossa cidade, por já ter vários cursos na área de saúde, está sendo pleiteado para Patos. Os estádios de futebol de Campina e João Pessoa receberão 350 milhões para reformas e o de Cajazeiras, bulhufas! Acorda Cajazeiras!
 


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Radomécio Leite

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