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José Antonio

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Cajazeiras: uma cidade inacabada

21/07/2023 às 20h54

Cidade de Cajazeiras.

Por José Antonio – Cajazeiras, para usar uma linguagem popular, é uma cidade que cresceu aos trancos e barrancos, sem um planejamento urbano bem elaborado e sem definições razoáveis de crescimento planejado e ignorando completamente que iríamos ter, no futuro, sérios problemas sociais e ambientais, dentre eles ainda a questão do lixo e do esgotamento sanitário.

Planejamento urbano é um desafio fundamental e prioritário para a nossa cidade e não pode ser ignorado como um dos principais temas a ser debatido nesta campanha eleitoral de 2024, quando vamos eleger o próximo prefeito e os novos vereadores.

Quantos seremos daqui a trinta anos? Como iremos propiciar melhores condições de saúde, educação e bem estar social, além de outras atenções básicas?

Infelizmente ainda vemos em pleno centro da cidade muitas construções, incluindo derrubadas de prédios, que para alguns deveriam ser preservados como patrimônio histórico e arquitetônico.

Não tenho dúvida que este crescimento é inexorável, mas será que estamos preparados para acolher este novo contingente humano que será atraído pelo que estamos ofertando, principalmente nas áreas de educação e de saúde?

Esta cidade jamais poderá dar uma qualidade de vida melhor aos seus habitantes se não buscar recursos junto ao Estado e a União, porque a sua receita tributária, constituída basicamente do IPTU, ITBI e ISS, será insuficiente para resolver as questões ambientais, de saneamento básico, mobilidade, arborização e a criação de parques, itens que podem melhorar a relação de todos nós com cidade.

Poucos têm sido os debates que possam envolver a sociedade civil organizada e o poder público no sentido de criar instrumentos efetivos, não só do controle da ocupação dos espaços urbanos, mas principalmente das melhorias de infraestrutura que deverão vir agregadas a estes espaços.

Nos últimos anos vários novos loteamentos foram implantados no solo urbano do município, mas desconheço espaços mais pujantes destinados às construções de praças e outros equipamentos, como postos de saúde, templos religiosos, ginásios esportivos e de eventos. Necessário se faz a preservação de áreas para fins ambientais e sociais.

O povo precisa ficar atento ao que preceitua o artigo 226 da Constituição de 1988: “todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade da vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Um dos projetos mais importantes, das últimas décadas, que está sendo planejado em Cajazeiras, é o da despoluição das águas do Açude Grande e da urbanização do seu entorno e vai ser necessária uma soma de recursos bastante expressiva que envolve o governo do Estado e a União.

Nenhum município deste Nordeste pode ser dar ao luxo de desperdiçar dois milhões e meio de metros cúbicos de água como é o caso de Cajazeiras em relação ao seu Açude Grande, cujas águas, desde o século XVIII, até o ano de 1964, serviam para matar a sede de seu povo. Quanto custaria a construção de um açude deste porte nos dias de hoje?

Este é um tema que deve estar na mesa dos debates no processo sucessório municipal de 2024 e que a sociedade deve cobrar compromissos a serem cumpridos pelos políticos de nossa terra.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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