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José Ronildo

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Cajazeiras: Uma terra de oportunidades…

23/08/2019 às 17h51

Coluna de José Ronildo

A cidade de Cajazeiras passou a ser uma terra de oportunidades desde que resolveu investir na sua vocação: a educação. A cidade, que até o ano 2000 não saia do lugar, depois o crescimento população registrado na periferia, como o Por do Sol e Sol Nascente, vitaminado pelos terrenos doados pelo então prefeito Francisco Matias Rolim, além da ocupação do Bairro Vila Nova, antigo Rabo da Gata.

Antes, éramos apenas um grande “pote de água”, que mandava o líquido para outros municípios se desenvolverem, a exemplo de Sousa, com o seu Perímetro Irrigado; aliás, a agricultura , principalmente o algodão, que alavancou o crescimento da comunidade, desde seu início, passando pela pecuária, entraram em declínio nas últimas décadas, prejudicando também o setor fabril.
A partir do momento em que os investimentos privados, com o apoio do poder público e lideranças políticas começaram a acontecer na educação superior e estimulado pelo próprio governo federal, que criou o Prouni, além do Fieis, dando oportunidade de acesso dos estudantes de baixa renda à universidade, a cidade de Cajazeiras cresceu de forma extraordinária, com um “boom” na construção civil.

O município, mesmo tendo começado com uma fazenda, sempre teve uma forte tradição educacional, desde a escolinha do padre Rolim. Para a expansão do ensino superior a localização geográfica também foi preponderante, pois fazemos fronteira com parte do Ceará e do Rio Grande do Norte, além de estarmos próximos das regiões de Sousa e do Vale do Piancó.

Com a tendência de crescimento do ensino superior privado no País, a partir do ano 2000, Cajazeiras soube tirar proveito de tudo isso. Ficarmos durante muito tempo apenas com o campus da UFPB/UFCG, na condição de um Centro de Formação de Professores, que desde a Fafic, já foi um tento extraordinário; foi a semente que germinou e está dando frutos.

Hoje o próprio campus, graças principalmente a uma decisão governamental no governo Lula de expandir o ensino universitário, especialmente cursos voltados para a saúde, inclusive, Medicina, deu um salto extraordinário, aproveitando a grande área de terra doada por Chico Rolim, que parece vislumbrava essa possibilidade. Vieram os cursos de enfermagem e medicina, que se juntaram ao curso técnico em enfermagem – nível médio.

O IFPB, antiga Escola Técnica, outra grande conquista de Cajazeiras, por intermédio de Edme Tavares, também terminou sendo transforado pelo Governo Federal em Faculdade, com a criação de cursos superiores e Cajazeiras não ficou de fora.

A Diocese também investiu na criação de novos cursos superiores, que se juntaram ao de filosofia, além das faculdades São Francisco e Santa Maria, com cursos de medicina, biomedicina, direito, odontologia, fisioterapia, ciências contáveis, nutrição, psicologia, arquitetura, engenharia, farmácia, nutrição, administração, serviço social.

A partir daí, Cajazeiras cresceu a olhos vistos e por todos os lados. Além das faculdades que fez com que muitos estudantes de outros estrados viessem morar em Cajazeiras, impulsionando o crescimento vertical, com a construção de vários prédios, com apartamentos, também teve o programa “Minha Casa Minha Vida” que ofertou a possibilidade da casa própria para centenas de famílias que pagavam aluguel e para que novas famílias que se formavam, beneficiando a classe trabalhadora.

Agora, parece que boa parte dessa demanda foi atendida e o setor começa a dar sinais de saturação, e o ritmo de crescimento começa a desacelerar; a crise econômica também refletiu duramente no nosso comércio, gerando desemprego.

Com o número de estudantes e novos moradores, Cajazeiras passou a ser uma terra de oportunidades no setor informal e prestação de serviços, como moto-táxi, marmitarias, lanches, restaurantes, choperias, casas de açaí, pizzaria, etc. É bem verdade que Cajazeiras continua sendo um polo comercial importante que atrai muita gente de outras cidades e regiões e se transformou também em um polo de saúde importante, com o surgimento de clínicas e novas especialidades médicas.

Mas, e agora, pra onde vamos? Essa é a questão a ser debatida por nossas lideranças empresariais e políticas, enfim, nossas “cabeças pensantes”, a exemplo de Alexandre Costa e do professor José Antônio de Albuquerque. Vislumbramos a chegada das águas do Rio São Francisco que poderiam dar uma alavancada na nossa produção agrícola, especialmente frutas e verduras; piscicultura, turismo e lazer. Outra esperança seria a aprovação da Zona Franca do Semiárido Nordestino, que isentaria de impostos empresas e indústrias interessadas em se instalar na região.

Nosso Distrito Industrial também tá errado desde seu nascedouro quando os terrenos foram distribuídos a políticos e apadrinhados, cujo único objetivo era a especulação imobiliária. Tínhamos duas fábricas de Doce, que fecharam. É bem verdade que duas fiações foram abertas e um punhado de pequenas fábricas, mas longo que nosso potencial.

A Faculdade Santa Maria chegou a lançar a pedra fundamental para construção de uma fábrica de medicamentos, que também não prosperou. O ex-prefeito Carlos Antonio sonhou em transformar Cajazeiras em uma Santa Cruz de Capiberibe e Caruaru, com a confecção, quando foi criado o Polo de Confecções, por meio de uma cooperativa, mas a semente não vingou; conseguiu trazer uma fábrica da Dakota/Mississipi, que também foi embora e até conseguiu uma lavandeira para produzir jeans, que ninguém sabe sequer que fim levou e nem mesmo o projeto do deputado estadual, Jeová Campos que dispensou o ICMS daqueles que abrissem fábricas de confecções na cidade fez o segmento alavancar.

José Ronildo

José Ronildo

Redator do Jornal Gazeta, Radialista e apresentador do Microfone Aberto da Rádio Alto Piranhas

Contato: [email protected]

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Redator do Jornal Gazeta, Radialista e apresentador do Microfone Aberto da Rádio Alto Piranhas

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