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Alexandre Costa

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Cemitérios da corrupção

31/01/2022 às 19h50

Coluna de Alexandre Costa. (Vista área do complexo petroquímico, no Rio de Janeiro / Frederico Bailoni/Petrobras (/).

Por Alexandre Costa

Essa foi a contundente frase cunhada pelo ex-presidente da PETROBRAS, Roberto Castelo Branco, ao se deparar com os resultados das primeiras auditorias da operação Lava Jato no COMPERJ-Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro que deflagaram o PETROLÃO, um dos maiores esquemas de corrupção numa empresa pública brasileira.

O COMPERJ, situado no município de Itaboraí na região leste fluminense, teve suas obras iniciadas em 2008, em plena era Lula, sendo festejado como o maior projeto individual da PETROBRAS consistindo basicamente numa refinaria cercada por centenas de fábricas de produtos químicos, instaladas numa área de 40 km2 com investimentos estimados em cerca de R$ 15 bilhões e com um potencial de gerar mais de dez mil empregos tendo o início das operações previstas para o ano de 2012.

Um mega projeto que tinha tudo para dar certo, mas que sucumbiu devido à delação do próprio diretor de abastecimento da PETROBRAS, Paulo Roberto Costa que revelou para o país os tentáculos da corrupção sistemática petista encrustados nas entranhas da estatal que resultou num rombo de cerca de R$30 bilhões.

Com suas obras paralisadas em 2015 o COMPERJ tornou-se exemplo de uma emblemática obra pública inacabada causada por assalto aos cofres públicos. Nessa mesma linha de corrupção sistêmica que destroçaram obras públicas no Brasil também se enquadram, entre outras, a Usina Nuclear de Angra III e malfadada refinaria de Abreu e Lima, aqui em Pernambuco, campeãs mundiais do desmando público.

Dados assustadores do TCU-Tribunal de Contas da União de 2018, apontam que as perdas totais com obras inacabadas no Brasil, financiadas, direta ou indiretamente com recursos públicos chegam à soma de 1 trilhão de reais. Das 38 mil obras federais contratadas, 14 mil estão paralisadas ou atrasadas. Incluindo as três esferas do poder, federal, estadual e municipal esse número sobe para mais de 24 mil obras inacabadas e o pior, sem qualquer previsão de conclusão à vista.

Das 10.666 obras do PAC-Programa de Aceleração do Crescimento a menina dos olhos dos governos Lula/Dilma, quase 5 mil ficaram abandonadas pelo caminho. Essa incompetência e desleixo do governo do PT deixou para trás uma conta de R$ 135 bilhões em obras não concluídas. Pasmem! Ainda existem obras para a Copa do Mundo de 2014 para serem concluídas, um descalabro nacional sem precedentes.

As causas das obras inacabadas no brasil não residem unicamente nas gestões fraudulentas desses contratos. Projetos mal elaborados, ausência de uma regulação especifica para formatar eventuais equilíbrios financeiro dos contratos, interrupção no fluxo orçamentário e financeiros para quitar os serviços já realizados, entraves jurídicos e burocráticos barram soluções efetivas e céleres para a retomada das obras contribuindo irremediavelmente para transformar o Brasil num verdadeiro cemitério de obras públicas.

Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, membro efetivo e fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL

Alexandre Costa

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário, especialista em Gestão Estratégica de Negócios pela Universidade Potiguar, diretor da Fecomercio PB, presidente da CDL de Cajazeiras e membro fundador efetivo da Academia Cajazeirense de Artes e Letras (Acal).

Contato: [email protected]

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