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Radomécio Leite

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Choros e lamentos

13/07/2009 às 11h28

Por José Antonio

Passados seis meses, completados na última semana, da gestão 2009/2012, não se ouviu, durante este período dos atuais prefeitos municipais, a não ser lamentos e choros. Especificamente, na Região do Alto Piranhas, formada por 15 municípios, cabe uma indagação: o que cada um deles fez até agora?

Com relação ao município de Cajazeiras, sob a minha ótica, o prefeito Léo Abreu poderia ter inovado, mas se quedou diante dos comprometimentos de campanha e da pressão dos aliados e não teve a coragem e a audácia de dizer não e estaria ainda dando passos maiores do que a perna.

Sem atentar para a crise que se avizinhava, já a partir do mês fevereiro o FPM começou uma queda e logo em seguida, como não poderia deixar de acontecer as cotas do ICMS começaram também a minguar. Mas quem não se lembra dos gestores passados que choravam feito uma madalena a cada repasse dos governos federal e estadual e diziam que não tinham dinheiro para nada?

O prefeito Léo Abreu, cuja primeira medida foi decretar no município “estado de calamidade e emergência”, que lhe deu uma “certa liberdade” para usar sua caneta ao sabor das “exigências” dos aliados, esqueceu de passar os olhos nos saldos de caixa e prever novas receitas e foi exatamente neste item que ele adentrou em areias movediças.

O fato mais grave, do ponto de vista político, talvez tenha sido o da contratação de novos funcionários, sem concurso público, o que lhe daria, acabado o prazo do Decreto de Emergência, enormes dores de cabeça, por ter que pegar a caneta novamente, mas desta vez para demitir e toda demissão leva a um profundo desgaste. Em seguida, ser ter nas mãos dados suficientes em quais setores havia mais necessidades de pessoal, realizou um Processo Seletivo e o resultado, tudo leva a crer não surtiu efeitos positivos a exemplo do pessoal destinado a coleta de lixo que exigia mais mão de obra masculina e os aprovados foi na sua maioria do sexo feminino.

Juntando os funcionários do Processo Seletivo com os do concurso público realizado na gestão passada, que tentou anular, mas a justiça deu ganho de causa aos mesmos e o validou e estes fatos nos deixa a impressão de que a máquina administrativa teve um aumento substancial de pessoal. Infelizmente não temos os números de funcionários da gestão anterior e da atual para uma avaliação melhor.

O fato é que, na semana que passou uma nova reforma administrativa foi aprovada pela Câmara Municipal e quando, pela crise tão propalada, poderia se diminuir o número de pessoal, houve foi um aumento do número de secretarias e de cargos comissionados. E aí cabe novamente a pergunta: existe crise? Não se aumenta despesa, sem receita. Até Dona Maria, que mora no casebre mais pobre da cidade tem esta noção básica de economia. Ferindo estes princípios o que poderá ocorrer? Atrasos nos pagamentos a funcionários e fornecedores, sem esquecermos os repasses constitucionais, a exemplo do duodécimo da Câmara Municipal.

Um outro grave fato, que ainda poderá dar dores de cabeça ao prefeito Léo Abreu, são os dois meses de atraso do funcionalismo, novembro e dezembro de 2008, deixados pela administração anterior. Tem tido a sorte que o sindicato dos funcionários, cuja diretoria tem sido “complacente” com sua gestão e não ter ainda entrado na justiça com um pedido de bloqueio de recursos para pagamento destes meses atrasados o que inviabilizaria a sua administração.

Meu pai já me ensinava, chamando-me a atenção, quando lhe pedia lições: deixe de choradeira, o homem que chora fica impedido de pensar. Isto é verdadeiro e dificilmente alguém é levado a pensar quando chora.

O prefeito Léo estaria numa situação bem mais confortável e pagando dentro do mês o funcionalismo público se tivesse tido a ousadia, a coragem e a bravata de dizer uma única palavra: NÃO! E complementaria, para afagar os aliados: deixem-me tomar pé da situação que não deixarei nenhum pedido sem atender.

Sim, tem um outro complicador: o pai do prefeito, médico Antonio Vituriano de Abreu, está em plena campanha política para se eleger deputado estadual. Este fato “perturba” e causa grandes ruídos a administração de Dr. Léo.

Coragem de dizer não e pulso forte são decisões que o nosso jovem prefeito deve ter em mente se desejar fazer uma excelente administração. Esperamos que os próximos seis meses sejam bem mais criativos e que os resultados possam transformar e tornar melhor a vida de nossos concidadãos.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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