De quem é a culpa: de Maquiavel ou de Carlos Rafael?
Nicolau Maquiavel foi um dos mais proeminentes pensadores político da modernidade. Ele pertence áquele restrito grupo de homens que podem orgulhar-se de ter dado origem, com seu próprio nome, a uma nova palavra: O maquiavelismo. Que no senso comum significa aquele indivíduo sem escrúpulo que usa de todos os meios possíveis e inventáveis para conseguir seus objetivos. Esse entendimento tem relação essencial com o “bordão” filosófico do pensador: “Os fins justificam os meios”.
A grande novidade do pensamento maquiavélico, justamente a que causou maior escândalo e críticas, está na reavaliação das relações entre ética e política. Por um lado, Maquiavel apresenta uma moral laica, secular, de base naturalista, diferente da moral cristã. Por outro, estabelece a autonomia da política, negando a anterioridade das questões morais na avaliação da ação política. Para a moral cristã, predominante na Idade Média, há valores espirituais superiores aos políticos, além de que o bem comum da cidade deve se subordinar ao bem supremo da salvação da alma.
A moral cristã se apoia em uma concepção do bem e do mal; do justo e do injusto, que ao mesmo tempo preexiste e transcende a autoridade do Estado, cuja organização político-jurídica não deve contradizer ou violar as formas éticas fundamentais, implícitas no direito natural. O indivíduo está subordinado ao Estado, mas a ação deste último se acha limitada pela lei natural ou moral que constitui uma instância superior à qual todo membro da comunidade pode recorrer sempre que o poder temporal atentar contra seus direitos essenciais inalienáveis”.
A Igreja Católica desde tempos idos que sempre estabeleceu uma estrita relação entre a Fé e a Política, entre o Evangelho proclamado nos púlpitos e todos os acontecimentos vivenciado no dia a dia do homem em suas realidades seculares. Prova disso são as primeiras Encíclicas Sociais da Igreja, quando por esses escritos, os Romanos Pontífices propuseram-se despertar a consciência dos católicos para a dimensão moral dos assuntos temporais, como a política, a economia, a ciência, a arte, o trabalho e as relações internacionais.
O Prefeito Constitucional de Cajazeiras, o jovem Carlos Rafael, também se apresentou na ceara política como uma das mais proeminentes propostas de político com ideias e atitudes coerentes entre sí. No jovem prefeito, era possível perceber a vitalidade dos desejos mais nobres e das perspectivas mais ilustres. Mas, como que por um passe de mágica ou de ressentimentos guardados, nesses últimos meses de governo ele virou tudo de pernas pra cima ou deixou-se ser guiado pela ideologia maquiavélica que subjaz a mentalidade política atual: Que a vida política e o homem público não tenham necessidades de serem pautados por princípios de Moralidade, ou seja, quando práticas imorais, desonestas e fraudulentas são recursos desses homens que deveriam cuidar melhor da Res = Coisa Pública = Pública.
Parece-me, que não é novidade para ninguém, as atrocidades imorais praticadas nesse fim de governo pelo Príncipe Rafael e seus assessores. Pagamento de funcionários atrasados, Lançamento irregular de edital para concurso público, entroncamento e dificuldades para promover a transição de governo, Alunos da Zona Rural perdendo aulas por não pagamento aos motoristas, falta de merenda em algumas escolas, retirada indevida e inconstitucional das gratificações dos profissionais do Magistério, etc, etc, etc, etc. Talvez o Príncipe Rafael nunca tenha lido algo sobre a Clássica Obra “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel, mas está se mostrando um discípulo zeloso de sua doutrina quando estabelece como “necessária” a tomada de atitudes com requintes de crueldade e impiedade, sendo as vezes raposa e outras vezes leão.
Diante da análise do pensamento político de Maquiavel, do seu confronto com a moral cristã e as últimas práticas políticas do Príncipe Rafael, fico a me indagar: Quem tem maior culpa? Será aquele que pensa e constrói a teoria ou aquele que age e estabelece a prática? Quem será o maior culpado dessas “atrocidades imorais” que hoje se “legalizam” em nossa cidade? Será do "Antigo Pensador" Maquiavel ou do Atual Político Carlos Rafael”?
" Portanto,é necessário que um príncipe, para se manter como tal, aprenda a poder não ser bom, e a usar isso ou não, segundo a necessidade". [ Nicolau Maquiavel, Obra "O príncipe, 1513]
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