Desafio de Ricardo Coutinho
Ricardo Coutinho nem havia nascido, quando José Maranhão, estudante com 18 anos, elegeu-se deputado estadual, em 1955. Desde então, Zé foi deputado federal, vice-governador, senador, governador três vezes, com intensa exposição na mídia, sobretudo este ano. Assim, o horário eleitoral obrigatório acrescenta pouca coisa ao que já se sabe acerca de sua trajetória político- administrativa.
O oposto sucede com Ricardo, que é pouco conhecido, salvo em João Pessoa e vizinhança. Por isso, seu maior desafio é fazer chegar a todos os recantos da Paraíba sua ação como prefeito da capital. O guia eleitoral é indispensável, em especial o da televisão, à sua estratégia de campanha centrada na gestão pública, apresentada como inovadora e dinâmica.
O problema é que, entre Ricardo e o eleitor existe a antena parabólica. Justo onde ele mais precisa exibir suas ações como gestor é, exatamente, aonde menos chegam as imagens geradas na Paraíba. Aí está o gargalo. O costume de ver os canais locais se restringe a João Pessoa e Campina Grande e respectivas áreas de influência direta. No restante do Estado, o hábito é sintonizar emissoras de São Paulo e do Rio que, transmitidas via satélite, oferecem imagens firmes, sem as freqüentes interrupções causadas pelas deficientes repetidoras. Constatei essa realidade, semana passada em Cajazeiras, ao tentar assistir ao debate entre os candidatos a governador. A Band/PB está fora do ar, há meses. E as outras? Pouca gente vê.
Estima-se que em Cajazeiras são menos de 10% os televisores aptos a captar emissoras de João Pessoa e Campina Grande. Alguns usuários possuem as duas opções para ligar o receptor: antena parabólica e antena para sintonizar canais locais. O maior desafio de Ricardo, portanto, é contornar esse problema, pois o rádio, apesar de poderoso instrumento, não tem a força das imagens exibidas na tevê.
Que fazer então? Intensificar a presença física do próprio candidato a governador no maior número de lugares. Tal recurso, aliás, já é usado com o “Expresso 40”. O uso da internet é meio eficaz, embora de alcance limitado. Outra forma de suprir a precária audiência do guia na tevê é exibi-lo em telão, em praças e ruas, nos pontos previamente anunciados por carros de som.
Esse recurso está sendo adotado pelo comando oposicionista em Cajazeiras. Mostra-se o vídeo do guia eleitoral ou peça de campanha que enfatiza as obras e o jeito de Ricardo governar João Pessoa, em seguida, abre-se o debate com a população. Mesmo com as limitações inerentes a esse método, ele tem a imensa vantagem de estabelecer proveitoso diálogo com o eleitor, o que aumenta a propagação da mensagem do candidato Ricardo Coutinho. Desconheço se recorrem a esse mesmo sistema em outras cidades do interior. Em Cajazeiras, na periferia da cidade, de bairro em bairro, está fazendo enorme sucesso.
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